O atleta, que é líder do ranking nacional nesta temporada, revelou que sempre foi movido pelo desejo de superar suas próprias marcas e que sua fé em Deus o acompanha em cada competição. Antes de entrar na pista, ele possui o hábito de rezar e agradecer pelas oportunidades que a vida lhe deu. Além disso, Cardoso escreve no chão o tempo que deseja superar na prova dos 100 metros, uma prática que utiliza como estímulo para alcançar seus objetivos.
Nesse sentido, o tempo escolhido pelo velocista é quase aleatório, mas geralmente são marcas nunca antes alcançadas por um brasileiro. Entre elas, ele já buscou 9s93, 9s95 e definiu em determinada ocasião que queria completar o trajeto em 9s97. Em uma entrevista à Folha, ele explica que sempre vai para as pistas com o objetivo de melhorar suas marcas e com fé em Deus.
O momento de glória de Cardoso foi acompanhado por uma sensação de gratidão. Ao cruzar a linha de chegada e perceber que havia feito uma boa prova, a primeira pessoa que veio à sua mente foi sua avó falecida, Sebastiana. Ele acredita que sua conquista alegrou a avó no céu e que suas orações são uma forma de manter contato com ela.
Além do sucesso no atletismo, Cardoso também é conhecido por sua devoção religiosa. Ele se considera católico desde a infância e afirma que Deus, Nossa Senhora e a Igreja são o sentido da sua vida, norteando suas atitudes e ações. A influência esportiva também veio de dentro de casa, já que sua mãe, Denise Barbosa, foi jogadora de vôlei.
Inicialmente, o atleta competia em provas de lançamento do disco e arremesso do peso, até encontrar nas provas de velocidade sua verdadeira vocação. Aos poucos, ele amadureceu e conquistou medalhas importantes, como a de ouro na prova de 75 metros e, recentemente, bateu o recorde sul-americano na categoria sub-23, com o tempo de 10s01.
Vale ressaltar que o recorde brasileiro dos 100 metros pertencia a Robson Caetano, obtido há 35 anos, com o tempo de 10 segundos. No entanto, em um só dia, Cardoso e Issamade Asinga, do Suriname, conseguiram igualar ou superar essa marca, colocando o Brasil novamente em destaque no cenário do atletismo.
Apesar do possível teste antidoping positivo de Asinga, Cardoso segue focado em sua carreira e está em Budapeste para disputar o Mundial de Atletismo. Ele se tornou o recordista brasileiro e agora é uma das esperanças de medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Cardoso reconhece a expectativa que carrega, mas sabe que é necessário lidar com várias variáveis e ter experiência para obter um desempenho destacado em um evento tão importante.