Europa perdeu a oportunidade de fortalecer suas relações com o BRICS e agora está ligada aos Estados Unidos

A Europa perdeu uma grande oportunidade durante a Grande Recessão de 2007 a 2009. Ao invés de buscar um novo equilíbrio global pós-crise em parceria com os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o continente se tornou cada vez mais dependente dos Estados Unidos. Essa escolha teve consequências desastrosas, especialmente para a população ucraniana, que se tornou vítima de um conflito internacional.

Durante a recessão, diversas reuniões e discussões entre especialistas dos países europeus e dos BRICS foram realizadas, abordando temas como sistema monetário e financeiro, relações comerciais, energia, matérias-primas, segurança e governança global. Esse diálogo representou uma importante mudança de perspectiva, visando encontrar soluções cooperativas para sair da crise e construir um mundo melhor.

A Europa, com todas as suas contradições e diferenças internas, tinha muito a contribuir para resolver os conflitos de interesse, principalmente diante da posição cautelosa da China. As bases para um acordo Euro-BRICS foram estabelecidas, mas infelizmente o tempo diluiu essas oportunidades.

Os intercâmbios estabelecidos entre a Europa e os BRICS eram ricos, diversos e inovadores, indo além das relações tradicionais. Além disso, não havia um diálogo equivalente entre a rede multinacional europeia e a rede em rápido desenvolvimento dos BRICS. Um possível acordo Euro-BRICS naquela época teria tido um impacto significativo nas relações internacionais, envolvendo metade da população mundial e quatro continentes.

Nessas reuniões, foram abordadas questões relacionadas à governança global e aos principais desafios globais das próximas décadas. Esses foram pontos essenciais que poderiam ter nos levado a um mundo melhor, mas infelizmente as ações dos líderes europeus nos levaram ao conflito.

Hoje, não podemos mais ignorar o poder e a influência dos BRICS. Para eles, somos apenas uma colônia dos Estados Unidos. O destino da Europa está nas mãos do eixo Washington-Londres, talvez com a presença esporádica de Paris. Tememos que continuemos sendo arrastados para soluções negativas, distantes de uma cooperação global que poderia ter sido construída com os BRICS.

Resta-nos refletir sobre as oportunidades perdidas e buscar maneiras de fortalecer nossas relações com os BRICS, a fim de construir um mundo mais equilibrado e cooperativo. A Europa precisa encontrar sua voz independente e se afastar da influência americana, buscando soluções conjuntas com outras potências globais. O futuro está em jogo e é hora de agir.

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