A CMP, ligada à Igreja Católica e que reúne várias organizações, divulgou um comunicado informando que a prisão de Bolsonaro é uma das demandas principais do evento. Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da CMP, a proposta já foi discutida internamente e será apresentada aos demais grupos envolvidos. Ele ressalta que estão trabalhando para que outros parceiros também adotem essa pauta.
A campanha pela prisão de Bolsonaro ganhou força diante das denúncias recentes, inclusive o escândalo das joias do clã Bolsonaro. A CMP cita as “muitas e alarmantes denúncias” contra o ex-presidente como justificativas para sua prisão, como os crimes de genocídio, fraude eleitoral, golpismo e corrupção.
Embora a possibilidade de uma prisão imediata seja considerada remota por especialistas e pessoas ligadas ao caso, a CMP está determinada a explorar esse tema durante o Grito dos Excluídos. Materiais de convocação já estão sendo divulgados nas redes sociais com apelos pela prisão de Bolsonaro.
Além da pauta principal, o Grito dos Excluídos permite que outros pontos sejam adicionados, inclusive questões locais. As concentrações do evento vão ocorrer em todas as regiões do país, chamando a atenção para temas como injustiça social, miséria e violência.
Em São Paulo, o ato terá concentração na avenida Paulista, seguido de uma passeata até as imediações do parque Ibirapuera. Será a primeira edição com ares de normalidade desde o início da pandemia de Covid-19. No ano passado, as manifestações tiveram coros com pedido de voto em Lula e ações contra o neofascismo representado pela extrema direita.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação tradicional, com mais de duas décadas de história, organizada por alas católicas progressistas e apoiada por grupos vinculados ao PT e ao ex-presidente Lula. A edição deste ano promete ser um momento de expressão de insatisfação popular e demandas por mudanças no cenário político brasileiro.