Durante a conferência, foi possível perceber um sentimento predominantemente positivo em relação ao Brasil. Os investidores acreditam que o país está em uma trajetória construtiva, especialmente depois que o ambiente político se acalmou. Isso tem motivado a maioria dos participantes a buscar investimentos em renda variável no segundo semestre.
Entre os pontos positivos do cenário brasileiro, destacam-se as contas externas saudáveis, o crescimento do agronegócio e a resiliência das empresas diante das altas taxas de juros. Além disso, o governo tem mostrado um certo foco nas reformas estruturais, principalmente nas áreas tributária e fiscal. Isso tem gerado expectativas de aumento da competitividade e da eficiência no país.
No entanto, ainda existem preocupações com a coordenação política e os rumos do ajuste fiscal. A recuperação da atividade econômica pode levar mais tempo do que o esperado, e o alto endividamento das famílias também é visto como um risco potencial. Além disso, as incertezas em relação a possíveis aumentos de impostos e mudanças nas regulamentações de empréstimos com cartão de crédito foram assuntos bastante discutidos durante a conferência.
Um tema com bastante destaque foi a transição energética. Os investidores acreditam que o Brasil tem grandes oportunidades nesse setor, podendo até mesmo apoiar a descarbonização de outros países. No entanto, existem desafios a serem superados, como o desmatamento ilegal e a falta de regulamentações relacionadas ao mercado interno de carbono e à produção de hidrogênio verde.
Em relação ao cenário global, a principal preocupação está nas perspectivas macroeconômicas da China e nas elevadas taxas de juros dos Estados Unidos. Apesar disso, os investidores acreditam que o Brasil está em uma posição melhor para enfrentar esses desafios, devido ao desenvolvimento de uma economia interna mais forte.
Por fim, é importante destacar que os investidores estão confiantes na sustentação dos fundamentos da política monetária brasileira e não esperam uma forte desvalorização do real no curto prazo. No entanto, eles estão cientes das mudanças que ocorrerão no Banco Central até o final de 2024 e sabem que cortar juros por motivos errados pode trazer consequências desfavoráveis para a moeda brasileira.
Diante desse contexto, é fundamental manter os radares ligados para a economia global e para a continuidade do Brasil na busca pela confiança dos investidores.