De acordo com a nota divulgada pelas entidades que representam os trabalhadores domésticos, as regras são consideradas discriminatórias. No entanto, o clube Harmonia nega essa acusação, destacando que as restrições se aplicam apenas aos acompanhantes que são empregados domésticos dos associados, e não a outros visitantes, como familiares e amigos.
A Federação e o Sindicato afirmam que têm recebido relatos de babás que frequentam clubes de elite em São Paulo e se sentem constrangidas com as exigências e privações impostas. Além disso, planejam tomar medidas legais para que supostas irregularidades sejam apuradas e punidas.
Como mencionado em notícia anterior, um comunicado da diretoria do Harmonia sobre as novas regras para a entrada de babás, enfermeiras e motoristas particulares no clube gerou incômodo entre alguns sócios. Entre as medidas estão a determinação de que as babás só podem fazer refeições dentro da associação quando estiverem acompanhadas das crianças, e em locais específicos, como mesas dispostas entre o quiosque e a piscina infantil, e em frente ao balcão da lanchonete da piscina. Em relação à vestimenta, é permitido o uso de bermuda na altura do joelho e camiseta branca sem estampas ou transparências.
O Harmonia foi fundado em 1930 por dissidentes do Paulistano, outro clube de elite de São Paulo. Questionado sobre as restrições impostas às babás nos restaurantes, o clube justifica que houve um aumento significativo no número de frequentadores, o que levou ao reforço das políticas já existentes. A diretoria também destaca que o novo regulamento de acesso teve a aprovação da maioria dos associados. O clube afirma que não limita, restringe ou discrimina a presença dos acompanhantes em nenhum ambiente e acrescentou espaços não-obrigatórios para a ocupação dos visitantes, seguindo os mesmos padrões oferecidos aos sócios.
É importante ressaltar que o Harmonia é reconhecido por possuir a menor taxa de acesso para acompanhantes entre todos os clubes com padrão similar na capital paulista. No entanto, membros da Federação Domésticas-SP e do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos criticam as restrições impostas, alegando que elas criam barreiras e estigmatizam os trabalhadores domésticos. O debate sobre a garantia de direitos e a igualdade de tratamento para todas as categorias profissionais continua em pauta.