A pesquisa, que avaliou a participação de pessoas com 14 anos ou mais de idade em atividades como cuidar da casa, fazer comida e compras, mostrou que em 2022, 85,4% da população brasileira estava envolvida em afazeres domésticos ou cuidados de pessoas. Das mulheres, 91,3% realizaram alguma atividade relacionada aos afazeres domésticos, enquanto entre os homens esse percentual foi de 79,2%.
O estudo também revela que as mulheres pretas são as que realizam a maior proporção de tarefas domésticas, com um índice de 92,7%, superando as pardas (91,9%) e brancas (90,5%). Além disso, quanto maior a escolaridade dos homens, maior a proporção dos que cuidam da casa ou de pessoas. Entre os homens sem instrução ou ensino fundamental incompleto, o índice é de 74,4%, enquanto entre os que possuem ensino superior completo, o índice chega a 86,2%.
A pesquisa também abordou o cuidado de pessoas residentes no mesmo domicílio ou parentes. Houve uma diminuição no número de pessoas que se dedicaram a esses cuidados em relação a 2019. No ano passado, foram registradas 50,8 milhões de pessoas realizando esse tipo de cuidado, uma redução de 5,3 milhões em relação a 2019. A analista da pesquisa, Alessandra Brito, aponta que essa redução pode estar relacionada à menor necessidade de cuidado com crianças devido à diminuição da fecundidade durante a pandemia ou ao aumento da ocupação no mercado de trabalho, que reduz a disponibilidade das pessoas para o cuidado.
Além disso, o estudo revela que em 2022, 4,2% da população brasileira realizou trabalho voluntário, o que representa um aumento de 603 mil pessoas em relação a 2019. A taxa de realização é maior entre as mulheres, com 4,9%, em comparação com os homens, que têm uma taxa de 3,5%. A pesquisa mostra ainda que a proporção de realização do trabalho voluntário aumenta de acordo com a escolaridade e a idade.
Apesar do aumento no número de pessoas que fizeram trabalho voluntário, a média de horas trabalhadas ficou estável em relação a 2019, com uma média de 6,6 horas por semana. A pesquisa revela também que a frequência do trabalho voluntário se alterou, com a maioria das pessoas (42,3%) realizando essas atividades quatro ou mais vezes por mês, enquanto em 2019 esse percentual era de 46%.