Stédile, na CPI, reconhece erro do MST ao invadir Embrapa e defende independência na gestão de Lula.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, admitiu em depoimento à CPI do MST que a invasão da fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina (PE) foi um erro. O movimento invadiu a área como parte das ações do chamado “abril vermelho”, mas Stédile reconheceu que houve exagero na ação. Ele negou qualquer ligação do MST com o PT, apesar das insistentes perguntas dos deputados de oposição sobre o assunto.

No depoimento, Stédile também criticou o agronegócio que não está com Lula, afirmando que é “burro”. Segundo ele, o MST invadiu a Embrapa porque era a área pública mais próxima e conseguiram chamar a atenção da opinião pública sem causar destruição.

Durante a CPI, Stédile se recusou a responder perguntas do relator, deputado Ricardo Salles, ex-ministro da Agricultura do governo Bolsonaro. Salles confrontou Stédile sobre uma associação que recebe recursos públicos em nome do MST e sobre líderes de assentamentos que se apropriam indevidamente de recursos. Stédile afirmou que não tinha conhecimento desses repasses e que se tratavam de casos isolados.

O líder do MST também aproveitou o depoimento para fazer críticas ao setor do agronegócio, principalmente à Aprosoja, e para fazer propaganda das ações do movimento. Stédile afirmou que o agronegócio está dividido, com uma parte que estudou e apoiou Lula e outra parcela que só pensa em ganhar dinheiro. Segundo ele, esse “agronegócio burro” está com os dias contados.

O depoimento de Stédile na CPI do MST foi marcado por confrontos com o relator e aplausos de deputados do PT e PSOL. Parlamentares ligados a esses partidos acompanharam a sessão e demonstraram apoio ao líder do movimento. A CPI do MST teve seu relatório final adiado para que sejam feitas diligências na região sul da Bahia antes de seu encerramento. A visita está prevista para a próxima sexta-feira, 25.

Em resumo, João Pedro Stédile admitiu que a invasão da Embrapa foi um erro, mas tentou justificar a ação. Ele negou ligação do MST com o PT, criticou o agronegócio e respondeu apenas parte das perguntas da CPI do MST. O depoimento de Stédile foi marcado por embates com o relator e pela presença de parlamentares do PT e PSOL demonstrando apoio ao líder do movimento.

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