Após o avanço na contagem, a candidata adotou um discurso de união entre os equatorianos para tirar o país da crise institucional e de segurança, que tem marcado esta eleição. González afirmou que o Equador precisa de paz, trabalho, segurança e que é preciso que o país volte a ser livre.
Já o adversário, Daniel Noboa, filho do magnata e ex-candidato Álvaro Noboa, destacou que essa disputa é uma oportunidade para derrotar o correísmo. Ele afirmou que não será a primeira vez que um novo projeto político traz uma reviravolta no “establishment” político, e que é esse frescor em fazer política que os trouxe até aqui. Apesar de a entrada dos dois no segundo turno não estar matematicamente assegurada, os demais candidatos reconheceram o resultado com base em projeções.
Essa eleição no Equador registrou uma participação recorde de eleitores, com 82,26% dos 13,4 milhões de equatorianos aptos a votar comparecendo às urnas. Além da eleição presidencial, os eleitores também escolheram os novos representantes da Assembleia Nacional, após a dissolução da mesma pelo presidente em maio. Vale ressaltar que esse pleito foi marcado por uma profunda crise institucional e de segurança, que teve seu ponto mais crítico com o assassinato do candidato Fernando Villavicencio no dia 9.
Para garantir a normalidade da votação, foi decretado estado de emergência e um forte aparato de segurança foi montado em todo o país. Um contingente de 53 mil membros da Polícia Nacional e 45 mil membros das Forças Armadas foi destacado para o pleito. Os militares foram responsáveis pela segurança especial do candidato Christian Zurita, jornalista que substituiu Villavicencio na disputa presidencial. Zurita votou utilizando um colete à prova de balas e um capacete, e foi protegido por um lençol blindado, devido às ameaças de morte que recebeu nas redes sociais.
A violência foi uma questão prioritária para os equatorianos nessas eleições. Muitos eleitores manifestaram o desejo de que as coisas mudem e que haja uma redução da violência no país. A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, informou que nenhum episódio de violência foi registrado durante o horário de votação.
Com o segundo turno marcado para o dia 15 de outubro, os equatorianos ainda precisarão aguardar para conhecer o próximo presidente do país e os novos representantes da Assembleia Nacional. Essa eleição é de extrema importância para a superação da crise institucional e de segurança enfrentada pelo Equador nos últimos meses.