Até o momento, não foi possível obter uma resposta do professor Bueno em relação ao ocorrido, pois a reportagem enviou um e-mail na segunda-feira (21) e não obteve resposta até a noite de terça-feira (22). O Ministério Público e a UEPG também não divulgaram os nomes dos advogados responsáveis pela defesa do professor.
Segundo uma nota divulgada pela defesa do professor, o ocorrido aconteceu durante um momento extremamente delicado de sua vida pessoal. Alega-se que Bueno desenvolveu um transtorno depressivo grave, além de transtornos de adaptação decorrentes de quadros de Estresse Pós-Traumático e Síndrome de Burnout, os quais ele vem tratando desde 2020. A defesa também afirmou que o professor não agiu de maneira deliberada para ofender a aluna ou a instituição e que está arrependido de sua conduta, que não condiz com seu comportamento habitual.
É importante destacar que Bueno já estava afastado temporariamente de seu cargo desde agosto do ano passado e atuava na UEPG desde 2003. A UEPG confirmou que a denúncia da aluna por assédio sexual resultou na abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o professor, mas não divulgou maiores detalhes, pois o caso corre em sigilo. A reportagem não conseguiu contato com a estudante, cujo nome não foi revelado.
A UEPG esclareceu que o processo administrativo do professor Luciano Ribeiro Bueno foi analisado pelo Conselho Universitário no dia 3 de março de 2023 e que a decisão pela demissão foi unânime. Após essa etapa, o processo foi encaminhado ao governador do estado para decisão final. Segundo o portal G1, que teve acesso ao PAD, em uma das mensagens de voz enviadas pelo professor à aluna, ele questionava o que ela queria fazer para ter relações sexuais com ele.
Além do processo administrativo, o caso também tramitou na Justiça Estadual, no 3º Juizado Especial Criminal. O Ministério Público do Paraná informou que, em uma audiência realizada no dia 27 de junho de 2023, o professor aceitou a aplicação antecipada da pena restritiva de direitos, na forma de uma multa. O valor dessa multa, que deve ser destinado à vítima, não foi divulgado.
A UEPG, uma universidade pública estadual, afirmou que está intensificando suas ações para prevenir casos semelhantes no futuro.