Segundo o depoimento anterior, o diretor de TI de Mar-a-Lago afirmou não se lembrar de qualquer conversa sobre as câmeras de segurança da mansão. No entanto, após trocar de advogado, ele denunciou um suposto esforço para adulterar evidências.
Essa mudança de versão implicou não apenas o ex-presidente, mas também o caseiro Carlos de Oliveira, que agora é réu. De acordo com a acusação, Oliveira teria ajudado Waltine Nauta, assistente pessoal de Trump, a excluir as imagens das câmeras de segurança durante o processo.
O documento judicial divulgado revela que a testemunha foi alertada sobre um possível conflito de interesses envolvendo seu antigo advogado, que também representava Nauta. Diante disso, um defensor federal passou a representar o diretor de TI, que então voltou atrás em seu depoimento.
Os promotores explicaram que a “correção do depoimento” poderia incriminar Nauta, enquanto uma manutenção do “falso testemunho” exporia o chefe de TI a acusações criminais por perjúrio.
O advogado Stanley Woodward, responsável pelo caso, foi procurado, mas não comentou sobre o suposto conflito de interesses.
Essa revelação ocorre como resposta à juíza Aileen Cannon, que questionou a manutenção do grande júri de Washington mesmo após as acusações contra Trump terem sido apresentadas na Flórida em junho. O conselho especial justificou que o júri foi mantido com o propósito de investigar possíveis declarações falsas de testemunhas.
Além desse caso, Trump enfrenta outras acusações. Ele será julgado pelos documentos secretos encontrados em sua mansão em maio de 2024. Além disso, é réu em dois processos distintos relacionados à tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020 e à suposta compra de silêncio da atriz pornô Stormy Daniels.
O ex-presidente tem negado todas as acusações e alega que está sendo alvo de uma perseguição política. O desdobramento desse caso dos documentos secretos certamente trará mais atenção e repercussão para o processo contra Trump. Ainda há muitos capítulos a serem escritos nessa história.
