Nas águas paulistas, o número de vítimas fatais em operação chega a 22, evidenciando triste realidade no litoral.

Desde o fim de julho, a Polícia Militar está realizando a Operação Escudo na Baixada Santista, no estado de São Paulo, e o número de mortes durante essa ação subiu para 22. As duas mortes mais recentes foram confirmadas nas cidades de Santos e Guarujá, na noite da última quarta-feira (23). A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que todas as vítimas foram mortas por policiais após reagirem às abordagens.

A Operação Escudo foi lançada no dia 28 de julho, logo após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), no Guarujá. Embora três suspeitos de envolvimento no assassinato tenham sido presos, a polícia decidiu continuar com a operação na Baixada. Desde então, diversas entidades de defesa dos direitos humanos têm recebido relatos de torturas, invasões de domicílio e outros abusos cometidos pelas forças de segurança.

A SSP esclareceu que o objetivo da operação é acabar com o tráfico de drogas e combater o crime organizado na Baixada Santista. De 28 de julho a 24 de agosto, foram efetuadas 621 prisões. Dentre os detidos, 236 eram procurados pela justiça e estavam foragidos por crimes como tráfico de drogas, roubo, furto, estelionato, sequestro e homicídio. Durante a ação, também foram apreendidas 82 armas e 895,4 kg de entorpecentes.

Todas as ocorrências estão sendo investigadas minuciosamente pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar. Além disso, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa mobilizou policiais civis e técnicos para dar apoio às investigações. Todo o conjunto probatório reunido durante as investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, está sendo compartilhado com o Ministério Público e o Poder Judiciário.

A Operação Escudo continua em andamento e, mesmo diante das críticas e denúncias de abusos, as autoridades afirmam o compromisso de realizar ações efetivas para combater o tráfico de drogas e o crime organizado na região. A segurança pública é uma preocupação constante tanto para a SSP quanto para a população local, que espera por um ambiente seguro e livre da violência causada pelo tráfico. Os resultados obtidos até o momento indicam um avanço no combate ao crime, mas é necessário que as ações policiais sejam conduzidas com responsabilidade e respeito aos direitos humanos. A transparência nas investigações e o compartilhamento de informações com os órgãos competentes são fundamentais para garantir a imparcialidade e a justiça nas apurações dos casos.

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