Expectativa do setor produtivo é de crescimento expressivo do PIB em 2023.

O segundo trimestre deste ano registrou um crescimento de 0,9% na economia brasileira em comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números eram esperados por analistas do setor produtivo, que mantêm uma visão otimista para os próximos meses.

Um dos principais impulsionadores desse crescimento foi o setor de serviços, que apresentou uma alta de 0,6% no trimestre. O economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atribui esse resultado a três fatores principais. Em primeiro lugar, o setor de serviços não é tão impactado pelo alto nível da taxa de juros, ao contrário da indústria e do comércio de bens duráveis. Em segundo lugar, houve uma demanda reprimida nesse setor durante a pandemia, especialmente no turismo, e essa demanda ainda não se esgotou. Por fim, a valorização do real em relação ao dólar dificulta a competição da indústria nacional com produtos estrangeiros.

De acordo com Bentes, se a inflação permanecer controlada e o Banco Central continuar cortando as taxas de juros, espera-se um aquecimento ainda maior nos setores de serviços e comércio no segundo semestre de 2023, mantendo-os como a locomotiva do crescimento econômico.

Já para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o resultado do PIB do segundo trimestre superou as expectativas. Segundo o economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, que representa 130 mil indústrias, essa surpresa positiva pode levar a uma revisão para cima da projeção de crescimento da economia para o final de 2023. A expectativa atual é de um crescimento de 3% no próximo ano.

No setor agropecuário, a queda de 0,9% era esperada devido à sazonalidade das safras. No entanto, se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, houve um crescimento de 17%. Além disso, nos últimos quatro trimestres, o setor agropecuário cresceu 11,2%. Esse desempenho positivo é resultado do estímulo dos altos preços das commodities no mercado internacional e também no Brasil.

No entanto, analistas alertam para algumas preocupações. O patamar de preços das commodities tem apresentado quedas, o que pode impactar negativamente os produtores e reduzir a produtividade. Além disso, o fenômeno do El Niño pode prejudicar o início do plantio da próxima safra.

Em resumo, a economia brasileira apresentou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre de 2023, impulsionado pelos setores de serviços e agropecuária. Analistas do setor produtivo são otimistas em relação aos próximos meses, mas há preocupações em relação aos preços das commodities e ao fenômeno do El Niño.

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