Segundo a CNI, até 2030, a economia criativa será responsável pela criação de 1 milhão de novos empregos.

A economia criativa no Brasil tem sido uma grande fonte de empregos e de impulsionamento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. De acordo com um levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), ligado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), a previsão é que um milhão de novos empregos sejam gerados pelo setor até 2030. Isso representaria um crescimento significativo em relação aos atuais 7,4 milhões de trabalhadores empregados na economia criativa.

O gerente-executivo do Observatório, Márcio Guerra, ressalta a importância da inovação e criatividade no contexto da sociedade atual. Segundo ele, as profissões relacionadas à economia criativa terão um crescimento significativo nos próximos anos. Além disso, Guerra destaca que o conceito de economia criativa está se ampliando para incluir a produção de conteúdos digitais, impulsionada pela cultura digital.

As profissões da economia criativa estão presentes em diversos setores, como empreendedorismo, indústria, serviços e tecnologia. O aumento dos empregos e da dinâmica da economia criativa será impulsionado, principalmente, pela dimensão tecnológica, com o desenvolvimento de produtos digitais.

Segundo o levantamento do observatório, os profissionais da economia criativa têm, em média, 1,8 ano de estudo a mais do que os demais e recebem salários 50% maiores. O salário médio do profissional da economia criativa é de R$ 4.018, enquanto nos demais setores é de cerca de R$ 2.691. O aumento do número de empregos também deve ocorrer tanto no mercado formal quanto no informal.

Dentre os estabelecimentos da economia criativa no Brasil, a maioria está concentrada em micro e pequenas empresas, principalmente nos setores de moda, publicidade, serviços de tecnologia da informação, desenvolvimento de software e atividades artesanais. No entanto, Guerra destaca que o uso de tecnologias, como a impressão 3D e softwares, tem transformado essas profissões artesanais, tornando-as mais tecnológicas.

Apesar dos avanços e das perspectivas positivas para a economia criativa no Brasil, ainda há desafios a serem enfrentados. Um deles é a falta de uma política nacional clara para o desenvolvimento desse setor. Atualmente, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 2.732/2022, que cria a Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa. O projeto propõe parcerias entre empresas e universidades, desenvolvimento de infraestrutura e fortalecimento de ecossistemas de inovação.

No entanto, diante das prioridades atuais do governo federal, a discussão sobre o projeto deve ficar em segundo plano. Apesar disso, Márcio Guerra acredita que a discussão sobre a economia criativa será retomada em algum momento, uma vez que o setor é estratégico para o fortalecimento da economia brasileira.

Em resumo, a economia criativa tem se mostrado uma importante fonte de empregos e crescimento econômico no Brasil. Com a expansão do setor e o desenvolvimento de produtos digitais, a perspectiva é que mais empregos sejam gerados nos próximos anos. Porém, é necessário um maior investimento em políticas públicas e infraestrutura para impulsionar ainda mais o setor e aproveitar todo o seu potencial.

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