Ícone do site Pauta Capital

Operação Escudo em São Paulo é encerrada após críticas por alta letalidade policial com 28 civis mortos

O governo do estado de São Paulo anunciou nesta terça-feira (5) o encerramento da Operação Escudo da Polícia Militar (PM), que estava sendo realizada na Baixada Santista desde o final de julho, e que foi alvo de críticas em razão do alto índice de letalidade policial. Durante a ação, ocorreram 28 mortes de civis.

“Esperamos que novas operações não sejam necessárias, mas caso se façam necessárias, caso o Estado seja afrontado, em qualquer ponto, operações como a Escudo serão desencadeadas”, disse o secretário de Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite. De acordo com a SSP, foram presas 958 pessoas nos 40 dias de operação.

A operação Escudo foi uma reação da PM à morte do soldado Patrick Bastos Reis, pertencente à Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), ocorrida em 27 de julho. O soldado foi baleado e morto no Guarujá enquanto fazia patrulhamento em uma comunidade. Segundo a SSP, todos os envolvidos na morte do soldado Reis foram identificados e presos.

No início de agosto, moradores de bairros onde ocorreram mortes em decorrência da Operação Escudo, na cidade do Guarujá, relataram que policiais executaram aleatoriamente pessoas identificadas como egressas do sistema prisional ou com passagem pela polícia. Os relatos foram colhidos por uma comissão formada por deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e representantes de diversas entidades de direitos humanos.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) divulgou uma versão preliminar do relatório sobre a Operação Escudo, mencionando 11 relatos de violações de direitos humanos praticadas pelos agentes policiais. O documento faz menção a episódios que vão desde execuções até invasões ilegais de domicílio.

A divulgação do relatório do CNDH levou diversas entidades a pedirem o fim da operação. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também está apurando a legalidade da ação. Diante das críticas e o alto índice de letalidade, o governo decidiu encerrar a operação.

A operação Escudo teve uma duração de 40 dias e resultou na prisão de quase mil pessoas. Agora, resta aguardar as próximas ações do governo para lidar com a segurança pública na Baixada Santista e evitar que episódios como esses se repitam. A sociedade espera que medidas sejam tomadas para garantir a integridade e os direitos dos cidadãos, sem deixar de lado a importância do combate ao crime.

Sair da versão mobile