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Coordenador pedagógico da Secretaria da Educação de SP é exonerado após erros em material didático digital.

O coordenador pedagógico da Secretaria da Educação de São Paulo, Renato Câmara Nunes Dias, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (6) após a divulgação de erros contidos no material didático digital fornecido aos estudantes da rede estadual de ensino. Renato Dias era considerado o “número 2” de Renato Feder, secretário que ocupa a pasta da Educação desde o início deste ano.

Os erros foram descobertos quando a CNN teve acesso a três trechos do conteúdo didático, que apresentavam informações incorretas nas disciplinas de história e biologia. Entre os erros, destacam-se a afirmação de que o ex-presidente Jânio Quadros proibiu o uso de biquínis nas praias da cidade de São Paulo, quando na verdade essa proibição aconteceu nas praias brasileiras durante seu mandato como presidente. E também a informação de que Dom Pedro II assinou a Lei Áurea em 1888, quando, na verdade, foi assinada pela Princesa Isabel.

No material de biologia, outro erro foi identificado ao afirmar que doenças como Parkinson e Alzheimer podem ser transmitidas pela água, por meio do consumo de metais pesados. No entanto, a causa do Alzheimer ainda não foi identificada e a hereditariedade é considerada um fator de risco. No caso do Parkinson, há pesquisas que indicam que a exposição a toxinas, como agrotóxicos, podem ter causado o desenvolvimento da doença em algumas comunidades.

Diante da repercussão do caso, o Coletivo Educação em Primeiro Lugar, composto por deputados estaduais da oposição, acionou a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado para investigar a situação. A Secretaria da Educação afirmou que os erros já haviam sido corrigidos, pois o material é editável. Além disso, a coordenação pedagógica da instituição pretende reforçar a equipe de revisão para garantir a qualidade dos recursos didáticos.

Vale ressaltar que essa polêmica ocorre após a decisão da Secretaria da Educação de não receber mais livros didáticos físicos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático. A pasta optou por utilizar conteúdo 100% digital para alunos a partir do 6° ano do ensino fundamental, mas isso gerou críticas e o Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc) do Ministério Público instaurou um procedimento para apurar a decisão. Diante da repercussão negativa, o governo de São Paulo decidiu oferecer tanto o material didático impresso quanto o digital, deixando a escolha aos alunos.

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