Em parceria com a Escola Presbiteriana AEJA Mackenzie, o Governo de São Paulo oferece suporte para esses acolhidos retomarem os estudos. Todos os dias, o grupo, que está em tratamento contra o uso de drogas, se desloca da Vila Mariana para Santa Cecília, onde as aulas começam às 18h30.
A rotina é cansativa para Jasiel, que trabalha e faz cursos durante o dia. Ele também revela que a decisão de voltar a estudar foi o maior passo de sua vida e que incentiva seus colegas a acreditarem que podem ir ainda mais longe. Se eles conseguiram conquistar tanto em pouco tempo, estudando, imagine o que poderão alcançar no futuro.
Chaddad Alexandre Bento de Oliveira, de 39 anos, também encontrou no programa a chance de retomar seus sonhos. Antes das drogas, ele cursava o ensino médio em técnico de enfermagem. Agora, ele está determinado a concluir seus estudos e trabalhar na área da saúde novamente. Além disso, Chaddad participa de um curso de cuidador de idosos, que abrirá portas para ele no mercado de trabalho.
William Castro, de 34 anos, decidiu voltar a estudar para se tornar mais independente em suas tarefas diárias. Antes, ele tinha dificuldades até mesmo para preencher uma ficha. Agora, ele está desenvolvendo suas habilidades de leitura e se sente gratificado por estar de volta à escola.
Os três acolhidos fazem parte da terceira fase do programa das Casas Terapêuticas, chamada Transformar. Nessa etapa, eles são inseridos no mercado de trabalho e começam a construir sua autonomia. O tempo médio nessa fase é de seis meses.
O programa das Casas Terapêuticas tem como objetivo inovar o tratamento de dependentes químicos em situação de rua. Além do acolhimento, os participantes recebem apoio de profissionais como psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e terapeutas ocupacionais. O período de intervenção pode durar até dois anos, com acompanhamento por mais seis meses para prevenir recaídas.
Na fase Transformar, o foco é reinserir os acolhidos no mercado profissional. Eles participam de cursos de capacitação e oficinas socioeducativas, além de receberem orientações sobre como se comportar no ambiente de trabalho. A gestora da unidade, Shirley Benevides, destaca que essa fase simboliza a finalização do processo de transformação, permitindo que os acolhidos caminhem com suas próprias pernas em direção à moradia e à reinserção autônoma na sociedade.
Além da parceria com o Mackenzie, o estado de São Paulo também conta com colaborações do Senai, Senac e Sebrae para oferecer oportunidades de formação e capacitação aos acolhidos. O programa das Casas Terapêuticas está se mostrando uma ferramenta eficaz na recuperação e reintegração social dessas pessoas.
