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Estudante é impedida de levar filho para aula na faculdade Anhanguera e relata humilhação e rejeição

No último dia xx, uma estudante do 4º semestre de Enfermagem da faculdade Anhanguera, localizada em São Bernardo do Campo, passou por uma situação constrangedora ao ser impedida de entrar na instituição com seu filho de quatro anos. Ingrid Braga Das Graças relata que a criança não teve aula na creche e, como não tinha com quem deixá-la, tentou levá-la para a faculdade.

Ingrid conta que explicou a situação à portaria e afirmou que não poderia perder a aula, mas foi informada de que não poderia entrar com o filho. Ela relata que pediu para chamar algum responsável, como a coordenação ou diretor, mas foi informada de que não havia ninguém disponível para atendê-la. A situação foi ainda mais difícil para Ingrid, pois seu filho presenciou a rejeição e ficou falando sobre o ocorrido nos dias seguintes.

No dia seguinte, a coordenadora do curso de Ingrid entrou em contato para reforçar que não era permitida a presença de crianças na universidade. A mãe solicitou o regulamento, mas foi informada de que seria encaminhado para todos os alunos por meio de grupos.

Para Ingrid, as mães universitárias não merecem ser impedidas de assistir às aulas com seus filhos, principalmente em situações de urgência. Ela ressalta que deixar um menor de idade desacompanhado pode ser considerado crime e muitas mães acabam desistindo de continuar seus cursos e universidades devido a essa limitação.

Em nota, a Faculdade Anhanguera afirmou entender a importância do papel das mães que buscam se qualificar por meio da educação. No entanto, a instituição esclareceu que a não permissão de acesso de crianças na sala de aula é necessária de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina a proteção integral por todos os meios.

A Anhanguera também destacou que o ambiente acadêmico exige concentração e foco, o que pode ser prejudicado pela presença de uma criança em pleno desenvolvimento, que demanda atenção constantemente. Além disso, temas sensíveis e inadequados também podem ser tratados durante as aulas, o que não é recomendável na presença de menores.

A faculdade afirmou que, de forma excepcional, é possível liberar a presença de menores de idade levando em consideração as circunstâncias específicas de cada caso. A marca está em contato com a aluna para esclarecer possíveis dúvidas e oferecer todo o suporte necessário.

De acordo com a advogada Bruna Martines, é comum que a justiça condene instituições que submetem mães a situações vexatórias relacionadas ao direito de estarem com seus filhos. Ela destaca que as universidades devem garantir condições de permanência para as estudantes mães, seja por meio de creches ou planejamento acadêmico personalizado.

No entanto, as demais faculdades da região não informaram se existe algum impeditivo para a presença de crianças em salas de aula. A advogada ressalta que o Estatuto da Criança e do Adolescente foi criado para permitir que a mãe tenha acesso à educação e que a maternidade não seja um impedimento para o desenvolvimento dela, garantindo também os direitos da criança.

Situações como essa evidenciam a necessidade de que as instituições de ensino repensem suas políticas e ofereçam condições adequadas para que as mulheres mães possam conciliar a maternidade com os estudos. A educação é um direito fundamental de todos e não deve ser limitada por questões relacionadas à maternidade.

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