A organizadora do evento, Simone Homem de Mello, que é tradutora literária e poeta, destaca a importância dessa questão para todas as culturas: “A gente pode falar tanto de astronomia quanto da morada dos deuses. Como cada um vê o céu? Há o entendimento ocidental de astronomia e há o conhecimento das diversas etnias indígenas brasileiras, por exemplo, sobre o céu”.
A Casa Guilherme de Almeida, localizada na zona oeste de São Paulo, será a sede do evento. O local leva o nome do poeta modernista, ensaísta e tradutor brasileiro que utilizava o termo “transfusão” para definir o que era tradução.
Simone ressalta que “transfusão é uma das palavras que Guilherme de Almeida usava para definir o que era a tradução. Ele tinha uma visão bastante avançada e moderna do que seria a tradução. E falava que você tem que fazer justamente a transfusão daquilo que faz o texto viver, a transfusão do sangue do texto”.
Entre as atividades do evento, que vai até o dia 19 de novembro, destaca-se um debate que ocorrerá no próximo sábado (16), com a participação do coletivo indígena Tenonderã Ayvu e Geraldo Karaí Moreira, uma das lideranças guarani. Nessa apresentação, será abordada a visão dos corpos celestes pelo olhar dos Guarani Mbya, etnia indígena presente nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Além disso, haverá contação de histórias sobre os irmãos Kuaray (Sol) e Jaxy (Lua), assim como a astronomia Guarani e a impressão de gravuras relacionadas à visão do céu praticada por esse povo.
Para participar das mesas-redondas, é necessário se inscrever no site da instituição responsável pelo evento. O museu Casa Guilherme de Almeida, que é gerido pelo Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura (Poiesis) e pertence à Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do estado, está localizado no Sumaré, zona oeste de São Paulo.