Seminário destaca dificuldades no tratamento do diabetes e a importância da prevenção para evitar internações hospitalares.

No seminário realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (21), foram discutidas diversas barreiras enfrentadas no tratamento do diabetes no Brasil. Entre as dificuldades apontadas estão a falta de adesão ao tratamento, a longa espera por consultas e a falta de acesso a medicamentos.

De acordo com Vanessa Pirolo, coordenadora da Coalizão Vozes do Advocay em Diabetes e Obesidade, menos de 60% dos pacientes seguem as prescrições médicas. Além disso, dados do Ministério da Saúde mostram que o diabetes é a segunda causa de necessidade de hemodiálise no país e que são realizadas 46 cirurgias de amputação de membros diariamente.

Pirolo também falou sobre a falta de acesso a uma equipe interdisciplinar de saúde, que deveria incluir profissionais como endocrinologistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, profissionais de Educação Física, oftalmologistas, cardiologistas e nefrologistas. Ela ressaltou que a fila para consultas com especialistas pode chegar a mais de 13 meses em alguns casos.

A falta de acesso a medicamentos também foi destacada por Pirolo, principalmente em relação à insulina de ação rápida e de ação prolongada. Rafael Polini, coordenador-geral de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, admitiu problemas nos processos de compra e mencionou estratégias como o remanejamento de medicações entre os estados.

Durante o seminário, foram apresentadas experiências estaduais no tratamento do diabetes. No Distrito Federal, por exemplo, existem centros especializados e equipes multidisciplinares, mas faltam agentes comunitários e mobiliário adequado para os obesos. São Paulo enfrenta o desafio da baixa adesão a consultas e exames periódicos, enquanto Goiás tem dificuldades na obtenção de dados, mas realiza um mapeamento dos locais de atendimento e realização de exames.

O deputado Prof. Paulo Fernando (Republicanos-DF), que coordenou uma das mesas do seminário, afirmou que é urgente unificar o atendimento das redes estaduais, garantir acesso às novas tecnologias para a população carente e resolver problemas relacionados aos medicamentos.

Diego Ferreira, do Departamento de Ação Especializada e Temática do Ministério da Saúde, reconheceu as dificuldades enfrentadas, como a falta de visibilidade em relação à fila de pacientes que ainda precisam de atendimento. Ele propôs um diálogo com secretários municipais e estaduais para buscar soluções.

Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, destacou a baixa repentina da taxa de glicose como o principal problema no tratamento da doença. Ele defendeu o monitoramento contínuo dos pacientes, seja por meio de aparelhos específicos ou de smartphones.

O seminário foi uma iniciativa importante para levantar as dificuldades enfrentadas no tratamento do diabetes no Brasil. A partir das discussões e relatos de experiências, espera-se que ações efetivas sejam tomadas para melhorar o acesso aos cuidados de saúde e garantir uma qualidade de vida adequada para os milhões de brasileiros que sofrem com essa doença.

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