Como resposta ao aumento no fluxo migratório, o governo de Biden implementou medidas mais restritivas em maio, com o objetivo de impedir a entrada ilegal de imigrantes, incluindo deportações e impedimentos de reentrada por cinco anos. Essas medidas reduziram em cerca de 70% o número de cruzamentos na fronteira. No entanto, o recente aumento de chegadas nas regiões fronteiriças, juntamente com o maior número de pessoas seguindo em direção ao norte, vindas da América Central e do Sul através de trens de carga perigosos no México, sugerem que os efeitos dissuasivos das medidas estão perdendo força.
Especialistas apontam que os EUA enfrentam dificuldades em prender e processar os imigrantes na fronteira, tornando praticamente impossível aplicar as penalidades anunciadas em maio. Isso resulta em imigrantes detidos que ficam no país aguardando audiências judiciais em vez de serem deportados. Andrew Selee, chefe do Migration Policy Institute, afirma que o governo elaborou uma estratégia inteligente, mas não possui os recursos ou capacidade para implementá-la.
O presidente mexicano, André Manuel López Obrador, criticou a falta de um plano internacional para ajudar os países a combaterem a pobreza, que é a principal causa da imigração. Ele elogiou Biden por criar vias legais para as pessoas que entram ilegalmente nos EUA, mas ressaltou que essas vias precisam ser ampliadas. Em Tijuana, na fronteira com San Diego, dezenas de pessoas aguardam em filas para audiências no dia seguinte, marcadas pelo aplicativo CBP One, a fim de entrar nos EUA e solicitar asilo. Porém, nem todos estão dispostos a esperar. Alguns imigrantes optaram por cruzar a fronteira sem as audiências, enfrentando a espera entre dois muros.
Além disso, um número sem precedentes de imigrantes de outros continentes está entrando no México, tornando a fronteira sul dos EUA uma rota migratória global. As autoridades mexicanas registraram três vezes mais imigrantes africanos este ano em comparação a todo o ano de 2022. O presidente mexicano destacou que há uma crise global em muitos países, fazendo com que as pessoas migrem por necessidade e não por vontade própria.
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