Durante a audiência, Antonio Geraldo da Silva, representante da Associação Brasileira de Psiquiatria, ressaltou que apesar da aprovação da lei que institui a política de prevenção, sua implementação ainda não foi efetivada. Isso é motivo de preocupação, já que a política tem o objetivo de promover ações de prevenção e combate à automutilação e ao suicídio, além de fornecer apoio e assistência às vítimas e seus familiares.
A falta de efetivação da política nacional pode ser atribuída a diversos fatores, como a carência de investimentos adequados, a falta de capacitação dos profissionais de saúde e a ausência de programas educacionais abrangentes nas escolas. Além disso, a questão da saúde mental ainda é um tabu na sociedade brasileira, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento adequado das doenças mentais.
Diante desse cenário preocupante, é essencial que haja uma maior mobilização por parte do governo, da sociedade civil e dos profissionais de saúde para a implementação efetiva da política de prevenção. É necessário que sejam destinados recursos financeiros para a capacitação dos profissionais, para a realização de campanhas de conscientização e para a criação de centros de atendimento especializados.
Além disso, é fundamental que a saúde mental seja discutida abertamente nas escolas, por meio de programas educacionais que ensinem os jovens a identificarem sinais de alerta e a buscar ajuda. Também é imprescindível a criação de mecanismos de suporte psicológico para os familiares das vítimas, que muitas vezes se sentem desamparados e culpados.
A prevenção da automutilação e do suicídio é uma questão urgente e que precisa ser abordada de maneira séria e comprometida. É preciso que a sociedade como um todo se engaje na luta contra essas tragédias, buscando criar um ambiente de acolhimento e cuidado para todos os indivíduos que estejam passando por dificuldades emocionais. O momento é de reflexão e de ação, pois a vida de muitos jovens está em jogo.