Ícone do site Pauta Capital

Política Nacional de Prevenção do Suicídio não é efetivamente implementada, apesar dos altos índices de morte de jovens no Brasil

A Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que está em vigor desde 2019, foi o foco de uma audiência pública realizada na última quarta-feira (20) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre os anos de 2016 e 2021, o Brasil registrou um total de 6.568 suicídios de jovens. É alarmante perceber que a maioria das vítimas pertence à faixa etária entre 15 e 19 anos, representando 85% dos casos.

Durante a audiência, Antonio Geraldo da Silva, representante da Associação Brasileira de Psiquiatria, ressaltou que apesar da aprovação da lei que institui a política de prevenção, sua implementação ainda não foi efetivada. Isso é motivo de preocupação, já que a política tem o objetivo de promover ações de prevenção e combate à automutilação e ao suicídio, além de fornecer apoio e assistência às vítimas e seus familiares.

A falta de efetivação da política nacional pode ser atribuída a diversos fatores, como a carência de investimentos adequados, a falta de capacitação dos profissionais de saúde e a ausência de programas educacionais abrangentes nas escolas. Além disso, a questão da saúde mental ainda é um tabu na sociedade brasileira, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento adequado das doenças mentais.

Diante desse cenário preocupante, é essencial que haja uma maior mobilização por parte do governo, da sociedade civil e dos profissionais de saúde para a implementação efetiva da política de prevenção. É necessário que sejam destinados recursos financeiros para a capacitação dos profissionais, para a realização de campanhas de conscientização e para a criação de centros de atendimento especializados.

Além disso, é fundamental que a saúde mental seja discutida abertamente nas escolas, por meio de programas educacionais que ensinem os jovens a identificarem sinais de alerta e a buscar ajuda. Também é imprescindível a criação de mecanismos de suporte psicológico para os familiares das vítimas, que muitas vezes se sentem desamparados e culpados.

A prevenção da automutilação e do suicídio é uma questão urgente e que precisa ser abordada de maneira séria e comprometida. É preciso que a sociedade como um todo se engaje na luta contra essas tragédias, buscando criar um ambiente de acolhimento e cuidado para todos os indivíduos que estejam passando por dificuldades emocionais. O momento é de reflexão e de ação, pois a vida de muitos jovens está em jogo.

Sair da versão mobile