General Heleno nega que ex-ajudante de ordens participava de reuniões estratégicas do governo, mas é questionado com fotos de encontros anteriores.

Na tarde de ontem, durante seu depoimento à comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, não participava de reuniões estratégicas do governo.

No entanto, sua declaração foi questionada pelos parlamentares presentes, bem como pela relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama. Durante a sessão, foram apresentadas fotos de algumas reuniões realizadas durante o governo anterior, onde Mauro Cid aparecia ao lado de autoridades em momentos estratégicos.

Diante das evidências apresentadas, o general Heleno alegou que as imagens em questão eram de 2019, insinuando que Mauro Cid não teria mais acesso a reuniões importantes após esse período.

Essa afirmação trouxe mais questionamentos por parte dos parlamentares, que levantaram dúvidas sobre a veracidade da resposta do ex-ministro. Segundo eles, é estranho que um ex-ajudante de ordens, que ocupava um cargo relevante, não tivesse acesso a reuniões estratégicas do governo.

A senadora Eliziane Gama destacou a importância de esclarecer esse ponto, já que a presença de Mauro Cid em reuniões de caráter estratégico poderia indicar uma maior influência sua dentro do governo anterior.

Porém, o general Heleno continuou a se defender, afirmando categoricamente que Mauro Cid não fazia parte dessas reuniões. Ele argumentou que o ex-ajudante de ordens tinha funções específicas e delimitadas dentro do GSI, e que participar de reuniões estratégicas não estava entre suas atribuições.

Essa troca de acusações e questionamentos entre os presentes na CPMI demonstrou a tensão existente em relação aos atos de 8 de janeiro, que foram realizados por apoiadores do governo e tiveram como alvo o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

A presença de Mauro Cid nessas reuniões estratégicas poderia indicar uma maior ligação entre o governo e os organizadores dos atos, aumentando as suspeitas de tentativa de interferência indevida nos poderes Legislativo e Judiciário.

Os desdobramentos dessa investigação prometem continuar gerando polêmicas e trazendo à tona questões sensíveis sobre a relação entre Executivo e Legislativo no Brasil. Resta acompanhar de perto os próximos depoimentos e provas que serão apresentadas, na busca pela verdade e pela justiça.

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