Sávio Silva Monteiro é condenado a 21 anos de reclusão por feminicídio qualificado após programa com vítima trans em Maceió.

Na tarde desta terça-feira (3), foi realizado o Júri Popular de Sávio Silva Monteiro Estavam, acusado de cometer o feminicídio da mulher trans Aléssia Rodriguez, de 20 anos. O crime chocante ocorreu em fevereiro deste ano, no bairro da Cruz das Almas, em Maceió. Após a vítima realizar um programa com Sávio, o acusado foi condenado a 21 anos e três meses de reclusão por feminicídio duplamente qualificado.

De acordo com os autos do processo, Sávio combinou o programa por meio de um aplicativo com uma pessoa chamada Laura, que era amiga da vítima e testemunha ocular do crime. Ao chegarem no edifício onde Aléssia e Laura residiam, Sávio propôs a continuidade do programa após o término com a amiga, oferecendo seu aparelho de celular como garantia, já que não tinha dinheiro em espécie no momento.

A proposta foi recusada por Laura, mas aceita por Aléssia, que seguiu com Sávio para o quarto enquanto a amiga permanecia na sala aguardando. Após alguns minutos, o acusado saiu do quarto e tentou beijar Laura, o que iniciou uma luta corporal entre os dois. Laura conseguiu colocar Sávio para fora do apartamento, ainda despido, e ao retornar ao quarto, se deparou com Aléssia caída no chão.

A situação chamou a atenção de Laura, que rapidamente acionou uma viatura da Polícia Militar que estava em ronda de rotina em frente ao prédio. Ao chegarem ao local, a polícia constatou a morte da vítima e deu voz de prisão ao acusado.

Ao longo do processo e durante o julgamento, o Ministério Público Estadual (MPE) defendeu a condenação de Sávio por feminicídio duplamente qualificado. A tese do órgão ministerial alegava que o crime foi cometido por motivo fútil e com o uso da asfixia. O Júri Popular acatou a argumentação do MPE e decidiu pela condenação do réu.

Com a sentença proferida, Sávio Silva Monteiro Estavam deverá cumprir uma pena de 21 anos e três meses de reclusão pelo feminicídio duplamente qualificado. A decisão do Júri Popular representa um importante avanço na luta contra a violência de gênero e no combate ao preconceito e à discriminação contra pessoas trans. É fundamental que casos como esse sejam julgados com rigor, de forma a garantir justiça às vítimas e inibir a prática de crimes dessa natureza.

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