O crescimento dos MEIs é evidente quando comparado ao período pré-pandemia de covid-19 em 2019. Nesse intervalo de tempo, houve um aumento de 37,5%, o equivalente a 3,6 milhões de MEIs. Além disso, também houve expansão na participação desses empreendedores no total de empresas e organizações (de 64,7% para 69,7%) e de ocupações formais (de 15,2% para 19,2%).
Entretanto, é importante ressaltar que o número de MEIs com empregados apresentou uma queda significativa. Em 2019, eram 146,3 mil MEIs com empregados, número que caiu para 104,9 mil em 2021, após atingir 97,2 mil em 2020. Dessa forma, observa-se uma mudança na configuração dos MEIs, com menos empreendedores optando por ter funcionários.
Ao analisar os dados de 2021, observa-se que houve um crescimento de 2,1 milhões de MEIs. Isso se deve à entrada de 2,9 milhões e à saída de 857 mil MEIs ao longo do ano.
No que diz respeito à área de atuação dos MEIs, 50,2% estão no setor de serviços. As principais atividades exercidas pelos microempreendedores são cabeleireiros e tratamento de beleza (9,1% dos MEIs), comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (7,1%) e restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas (6,3%). É interessante notar que no segmento de cabeleireiros e tratamento de beleza, os MEIs representam 90,4% do total de pessoal ocupado.
Em relação ao perfil dos MEIs, o estudo revela que 38% exercem a atividade em sua própria moradia, 14,3% possuem experiência prévia na mesma atividade econômica, 53,3% são homens, 47,6% são brancos, 30,3% têm entre 30 e 39 anos e 86,7% não possuem ensino superior completo. A média de idade dos MEIs é de 40,7 anos.
Além disso, foi constatado que 70% dos MEIs já estiveram no mercado formal de trabalho entre 2009 e 2021, e mais de um terço (37,7%) possui mais de três anos de tempo de serviço. Dos que se filiaram ao MEI após terem sido desligados do mercado formal, 62,2% foram demitidos pelo empregador ou por justa causa.
Em relação à distribuição geográfica dos MEIs, os estados com maior concentração são São Paulo (3,6 milhões), Rio de Janeiro (1,5 milhão), Minas Gerais (1,5 milhão), Paraná (825,8 mil) e Rio Grande do Sul (799,1 mil).
Esses dados refletem a importância e o crescimento dos microempreendedores individuais no Brasil, que exercem um papel fundamental na economia do país e contribuem para a geração de empregos e o desenvolvimento econômico.
