Ícone do site Pauta Capital

Gráfica do Senado trabalhou intensamente para imprimir Constituição de 1988 há 35 anos

Há exatos 35 anos, a Gráfica do Senado trabalhava intensamente para imprimir 20 mil exemplares da nova Constituição do Brasil. Enquanto o deputado constituinte Ulysses Guimarães presidia a sessão do Congresso Nacional para promulgar o texto, a equipe da gráfica se esforçava para garantir que os exemplares estivessem prontos para serem distribuídos à população e enviados aos estados. Florian Madruga, ex-diretor da Gráfica do Senado, conta que a missão de imprimir antecipadamente os primeiros exemplares da Constituição foi dada quando o texto foi aprovado e a data de promulgação foi marcada para o dia 5 de outubro.

Durante os dois anos de Constituinte, a Gráfica trabalhava sem parar, em três turnos, para imprimir não só a Constituição, mas também atas, diários, relatórios, pareceres e emendas. Tudo era urgente e precisava ser processado com rapidez. Em parceria com o Prodasen, responsável por processar os relatórios produzidos pelas comissões, a Gráfica garantia que os documentos estivessem prontos no dia seguinte. A importância desse trabalho era evidente para todos os envolvidos, que entendiam o momento histórico que o país vivia.

Além da impressão da Constituição, a Gráfica também era responsável pela impressão diária do Jornal da Constituinte, que tinha como objetivo aproximar a sociedade do que estava acontecendo no Congresso Nacional. Ester Monteiro, que trabalhava como assessora parlamentar na época, lembra que além do jornal havia também o programa “A Voz da Constituinte” e o “Diário da Constituinte”, transmitidos em rede nacional de rádio e TV. Esses veículos abriram as portas do Parlamento e proporcionaram a participação popular no processo constituinte.

Raimundo Carrero, embaixador do Brasil em Portugal, era chefe de serviço na Ata da Constituinte e lembra da importância da comunicação nesse processo. Ele destaca que a Constituinte demorou a alcançar seu formato final, mas quando começou a funcionar, as pessoas se envolveram e o debate se tornou intenso e participativo.

Enquanto a Gráfica do Senado trabalhava na impressão dos documentos, o Prodasen era responsável por processar e digitalizar as informações da Assembleia Nacional Constituinte. Cristóvão Araújo, coordenador do Prodasen na época, lembra que o trabalho de transcrição e impressão era complexo, já que na época não existiam programas como o Word e apenas algumas pessoas eram treinadas para realizar essas tarefas. Ele destaca que o Prodasen teve um papel fundamental no processamento das informações, em parceria com a Gráfica do Senado.

A Constituinte foi um momento de efervescência de ideias, conforme relata Claudia Lyra, que trabalhava na Taquigrafia na época. Ela destaca que a cobertura dos debates era essencial para o andamento dos trabalhos, mas não era uma tarefa simples. Com um quadro pequeno, era necessário dividir a equipe em duas turmas para evitar falhas na cobertura dos discursos.

Claudia ressalta que a Constituinte foi um marco para a Taquigrafia, já que foi o início da transição para a Secretaria-Geral da Mesa do Senado. Ela destaca que todo o trabalho realizado durante a Constituinte fazia parte da construção da sociedade brasileira e da democracia do país.

Neste momento importante da história do país, todos os envolvidos sentiram-se como constituintes, contribuindo para as mudanças que estavam sendo implementadas. A Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988 é um símbolo da luta e do esforço de todos os brasileiros que participaram desse processo constituinte.

Sair da versão mobile