Petrobras pode se tornar referência em energia eólica offshore, afirma presidente da empresa

A Petrobras, empresa brasileira de exploração de petróleo, pode se tornar referência na geração de energia eólica a partir de usinas no oceano. É o que afirmou o presidente da companhia, Jean Paul Prates, durante o seminário Caminhos para Transição Energética Justa no Brasil, realizado no Rio de Janeiro.

Prates destacou que a Petrobras já possui expertise em exploração offshore, ou seja, em alto mar, e que agora terá a oportunidade de utilizar essa expertise na geração de energia eólica. Ele ressaltou que a empresa é atualmente o maior desenvolvedor de projetos de energia eólica offshore do Brasil, tendo anunciado dez áreas de desenvolvimento, além das sete já em parceria com a empresa norueguesa Equinor.

Uma das vantagens apontadas pelo presidente da Petrobras é a características do litoral brasileiro, que é menos inóspito e possui menos intempéries que os mares do Hemisfério Norte. Segundo Prates, essa característica torna o país propício para a exploração de energia eólica offshore.

Além disso, Prates também defendeu a perfuração de poços de petróleo na Margem Equatorial, área marítima que se estende por mais de 2,2 quilômetros a partir da costa, desde o Amapá até o Rio Grande do Norte. Ele ressaltou que não há conflitos intergovernamentais sobre o assunto e que respeita o trabalho do Ibama, órgão responsável pela concessão de licenças ambientais.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, também defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial e destacou que o banco será parceiro da Petrobras nessa empreitada.

Mercadante ressaltou que ainda há a necessidade do uso de combustíveis fósseis, como o petróleo, e que mais investimentos no setor podem gerar recursos financeiros para a transição energética. Ele afirmou que o Brasil pode se tornar o primeiro país do G20 a alcançar a meta de carbono zero, desde que utilize de forma estratégica os recursos provenientes do petróleo.

Suzana Kahn, diretora-geral da Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reconheceu a importância do petróleo até 2100 e destacou que o desenvolvimento tecnológico proveniente da indústria do petróleo pode ser aproveitado na transição para energias mais sustentáveis, como a eólica offshore e a energia térmica dos oceanos.

Kahn ressaltou também a importância da renda obtida com o petróleo para fortalecer o país e torná-lo menos vulnerável a eventuais adversidades. Ela destacou que a renda proveniente do setor, especialmente os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, contribui para a inovação e fortalecimento científico do país.

Em resumo, a Petrobras pretende se tornar referência na geração de energia eólica offshore, aproveitando sua expertise em exploração offshore de petróleo. Além disso, a empresa também defende a perfuração de poços na Margem Equatorial e conta com o apoio do BNDES nesse empreendimento. A expectativa é que o Brasil possa utilizar a renda do petróleo para acelerar a transição energética e se tornar um país resiliente e líder em energia sustentável.

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