Durante a reunião da CPI, as servidoras do IBGE destacaram que o aumento da população indígena observado na comparação entre os dois censos não se deve apenas ao crescimento populacional natural, mas também ao investimento em recursos humanos específicos para a coleta de dados nessas áreas remotas e de difícil acesso. Segundo elas, foram realizados treinamentos e capacitações para que os recenseadores pudessem atuar de forma adequada nesses territórios.
É importante ressaltar que a autodeclaração é um critério utilizado pelo IBGE para a determinação da etnia indígena. Dessa forma, é necessário considerar que pessoas que antes não se autodeclaravam indígenas podem agora se sentir mais seguras e confortáveis para fazê-lo, o que também pode contribuir para o aumento no número de pessoas indígenas registradas no Censo.
Vale destacar que a população indígena tem enfrentado diversos desafios e problemas, como a perda de territórios para atividades ilegais como desmatamento, invasões e exploração de recursos naturais. Além disso, questões relacionadas à saúde e educação também são pontos cruciais que merecem atenção. A atuação de recenseadores qualificados em territórios indígenas pode fornecer dados mais precisos para o planejamento de políticas públicas voltadas para essas comunidades.
A reunião da CPI das ONGs serve como um espaço para a discussão e investigação de possíveis irregularidades na atuação das organizações não governamentais. Nesse sentido, compreender o contexto e os fatores que contribuíram para o aumento da população indígena, como apresentado pelos representantes do IBGE, é fundamental para uma análise mais abrangente da situação e para a construção de ações efetivas visando a melhoria da qualidade de vida das comunidades indígenas.