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Masp inaugura exposição sobre histórias indígenas, tapeçaria diné/navajo e saberes tupinambás em nova mostra.

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) apresenta três novas exposições que exploram as histórias indígenas, a tapeçaria diné/navajo e os saberes tupinambás. Essas exposições fazem parte do Ano das Histórias Indígenas, escolhido pelo museu como tema de discussão sobre a diversidade e complexidade das culturas indígenas.

A maior das exposições é a Histórias Indígenas, uma mostra coletiva que apresenta 285 obras de aproximadamente 170 artistas indígenas. A exposição abrange desde o período anterior à colonização europeia até os dias atuais, e proporciona ao público uma visão das diferentes perspectivas das histórias indígenas da América do Sul, América do Norte, Oceania e Região Nórdica. A curadoria é de Edson Kayapó, Kássia Borges Karajá e Renata Tupinambá, além de curadores internacionais convidados. Segundo Edson Kayapó, curador de artes indígenas no Masp, as artes expostas retratam a realidade dos povos indígenas e representam suas cosmologias, história e desafios.

A exposição também aborda questões políticas e atuais, como a preservação do meio ambiente e as mudanças climáticas. De acordo com Kayapó, as artes indígenas são posicionadas politicamente e refletem os pertencimentos, identidades étnico-raciais e cosmologias dos povos indígenas. Além disso, a exposição também aborda o processo de demarcação de territórios indígenas, destacando a importância da preservação do meio ambiente.

A Histórias Indígenas foi dividida em oito núcleos, sendo o primeiro deles o núcleo Ativismo, que reúne trabalhos de diferentes movimentos sociais indígenas. Entre os destaques da exposição está um vídeo com o discurso de Ailton Krenak na Assembleia Constituinte de 1987, onde ele defende os direitos dos povos indígenas.

Além dessa exposição, o Masp também apresenta a mostra individual da artista diné/navajo Melissa Cody. A exposição apresenta 26 obras têxteis produzidas no tradicional tear navajo, que combinam símbolos e padrões tradicionais da tapeçaria navajo com referências pessoais da artista. Melissa Cody é uma artista navajo/diné que trabalha com tecelagem, uma técnica tradicional do povo navajo transmitida pelas mulheres.

A mostra também reflete as influências que a tecelagem navajo sofreu ao longo da história, como as trocas culturais e as migrações forçadas. Ela também apresenta obras de grandes proporções e os instrumentos utilizados pela artista na tecelagem.

Além dessas exposições, o Masp inaugura uma exposição em vídeo com um filme inédito sobre o trabalho da artista indígena Glicéria Tupinambá. Glicéria é uma artista, ativista e educadora indígena da aldeia Serra do Padeiro, na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia. Ela desenvolve um trabalho de resgate e reconexão com os saberes de sua aldeia, incluindo o processo de confecção dos mantos tupinambás.

Essas exposições do Masp trazem uma visão aprofundada das histórias indígenas, da tapeçaria diné/navajo e dos saberes tupinambás. Elas promovem a valorização e visibilidade das culturas indígenas, além de abordar questões políticas e atuais, como a preservação do meio ambiente e a demarcação de territórios indígenas. Essas exposições estarão em cartaz até fevereiro de 2022 e oferecem uma oportunidade única para o público conhecer e apreciar a diversidade e complexidade das culturas indígenas.

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