Além disso, os outros dois gasodutos que abastecem a Faixa de Gaza provenientes de Israel estão sem funcionar desde o dia 8 de outubro, depois de um ataque do grupo Hamas contra cidades israelenses. Essa situação tem gerado preocupação, já que o consumo médio de água por pessoa no território sitiado caiu para apenas três litros por dia, de acordo com o Grupo de Água, Saneamento e Higiene (Wash) das Nações Unidas. Essa quantidade de água é insuficiente e pode trazer consequências graves para a saúde da população.
Além da escassez de água, há um agravante ainda maior. A água retirada dos poços agrícolas em Gaza possui um elevado teor de sal, o que a torna imprópria para consumo humano. Essa situação tem aumentado os riscos de problemas de saúde, como hipertensão, diarreia e cólera, principalmente em bebês com menos de 6 meses, mulheres grávidas e pessoas com doença renal.
Outra questão preocupante é a falta de combustível para operar as centrais de dessalinização de água do mar em Gaza. Essas centrais são responsáveis por produzir água potável a partir da água salgada do mar. Porém, com a falta de combustível, a operação dessas máquinas tem sido dificultada.
Além dos problemas relacionados à água, os palestinos da Faixa de Gaza também têm enfrentado dificuldades para conseguir pão nas padarias locais. A escassez de combustível tem impedido essas padarias de atenderem à demanda local por pão fresco, colocando-as em risco de encerramento. As longas filas se formam nas madrugadas e o tempo médio de espera é de seis horas para receber apenas metade da porção normal.
Diante desse cenário preocupante, muitas pessoas estão buscando maneiras de deixar a Faixa de Gaza. Entre elas está o brasileiro Hasan Rabee, que está junto com a esposa e duas filhas pequenas, também brasileiras, aguardando a possibilidade de sair do território. A família possui água potável e alimentos para mais dois dias, mas a situação se torna cada vez mais crítica.
A Agência Brasil questionou a Embaixada de Israel no Brasil para obter informações sobre o motivo da redução do fornecimento de água à Faixa de Gaza, porém, ainda não obteve resposta. A situação é alarmante e exige ação imediata para garantir o acesso a água potável e alimentos adequados à população de Gaza.