Falta de peritos médicos e longas filas para perícia são desafios na Previdência Social, apontam senadores

Acabar com as longas filas por perícias médicas no país continua sendo um dos maiores desafios enfrentados pela Previdência Social atualmente. Em uma audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o ministro da Previdência, Carlos Lupi, compareceu para discutir essa questão.

Durante a audiência, senadores expressaram sua indignação com os prazos de agendamento das perícias médicas, que em alguns casos chegam a cinco meses. Essa demora é considerada inaceitável, especialmente para pacientes em tratamento de câncer, que precisam da avaliação médica o mais rápido possível. Diante dessa situação, os parlamentares pediram ao governo a abertura de concurso público para preencher as cerca de 21 mil vagas em aberto e a continuidade dos mutirões de avaliação social e perícia médica, que têm ajudado a acelerar o atendimento dos processos de seguridade.

O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) destacou a situação caótica dos estados do Norte, como Rondônia, em relação às perícias médicas e enfatizou a necessidade de zerar essa fila o mais rápido possível. Ele mencionou que pacientes em quimioterapia estão tendo que esperar até março de 2024 para realizar a perícia, o que é totalmente intolerável.

O senador Weverton (PDT-MA) também ressaltou a gravidade do problema e criticou a falta de investimentos na área. Atualmente, existem apenas 3.333 peritos em atividade, e não há realização de concurso público para a categoria desde 2011. Ele ressaltou que muitos brasileiros precisam percorrer longas distâncias para chegar aos postos do INSS e, quando finalmente conseguem atendimento, são informados de que não há profissionais disponíveis.

O ministro Carlos Lupi admitiu que a Previdência enfrenta problemas, mas destacou que o governo tem trabalhado para melhorar a situação, principalmente aumentando o poder de compra das pessoas através do aumento real do salário mínimo. Ele defendeu a humanização dos serviços e anunciou que a pasta está se esforçando para implementar o atendimento presencial em todas as unidades do INSS a partir de janeiro de 2024. Além disso, Lupi afirmou que pretende digitalizar 80% dos serviços até o final do próximo ano, sem substituir os funcionários, mas sim facilitando o acesso dos cidadãos.

O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da CAS, destacou a importância da seguridade social como um direito fundamental dos cidadãos. Já a senadora Leila Barros (PDT-DF) reforçou a necessidade de realizar concurso público e continuar com os mutirões de atendimento, ressaltando que essas medidas podem ajudar a reduzir as filas.

Carlos Lupi concordou que a espera por perícias médicas é vergonhosa e se comprometeu a continuar realizando mutirões em novembro, especialmente em regiões mais carentes do país. Ele ressaltou a importância de resolver essa questão devido à necessidade da população e ao papel da pasta em prestar contas à sociedade.

Portanto, a busca por soluções para acabar com as longas filas de perícias médicas continua sendo um desafio para a Previdência Social. A expectativa é que o governo tome medidas efetivas, como a realização de concursos públicos e a continuidade dos mutirões, para resolver essa questão e garantir um atendimento mais ágil e eficiente aos cidadãos.

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