Cobertura vacinal para poliomielite caiu na última década no Brasil, alerta Confederação Nacional de Municípios.

No Brasil, a poliomielite foi erradicada há 25 anos, um marco que é celebrado todos os anos no mês de outubro. Essa doença, também conhecida como paralisia infantil, é contagiosa e aguda, sendo causada pelo poliovírus transmitido pela via fecal-oral – ou seja, a infecção se dá através do contato com a saliva ou as fezes de pessoas infectadas. No entanto, apesar dessa conquista, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) chama a atenção para a queda na cobertura vacinal nas últimas décadas, especialmente nos últimos dez anos.

A imunização em massa por meio da vacina oral contra a poliomielite (VOP) foi fundamental para a erradicação da doença. Por isso, é essencial que o Brasil retome uma cobertura vacinal em torno de 95% e mantenha seu status de país livre da poliomielite. Para alcançar esse objetivo, é necessário um trabalho conjunto entre os governos federal, estadual e municipal.

De acordo com especialistas, o vírus entra no organismo pela garganta ou intestino e se multiplica quando chega à corrente sanguínea, podendo atingir o cérebro. Quando a infecção afeta o sistema nervoso, ocorre a destruição dos neurônios motores, levando à paralisia flácida em um dos membros inferiores. Em casos mais graves, quando as células dos centros nervosos responsáveis pelo controle dos músculos respiratórios e da deglutição são infectadas, a doença pode ser fatal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com maior frequência entre 7 e 14 dias.

Na maioria dos casos, a infecção não apresenta sintomas e estes só surgem conforme a gravidade da doença. Nas formas não paralíticas, os sinais mais comuns são febre, mal-estar, dores de cabeça, de garganta, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Já na forma paralítica, além dos sintomas mencionados anteriormente, há uma flacidez muscular que geralmente afeta um dos membros inferiores. Por essa razão, é fundamental que todas as crianças com menos de cinco anos sejam vacinadas.

A falta de saneamento básico e medidas adequadas de higiene são as principais causas de transmissão do vírus da poliomielite. Essa situação é agravada pela má qualidade da água utilizada para consumo de alimentos e pela negligência em relação a hábitos saudáveis de higiene, como lavar as mãos, beber apenas água tratada e verificar a limpeza de utensílios de mesa e cozinha antes de usá-los.

Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite inclui três doses da vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de duas doses de reforço com a vacina oral bivalente (gotinha). A CNM recomenda aos gestores locais a realização de ações de conscientização sobre a importância da vacinação e medidas preventivas simples. Um estudo realizado pela entidade mostrou que a cobertura vacinal tem diminuído no país desde 2019, chegando a 71% em 2021 e 77% em 2022.

É fundamental que sejam feitos esforços para conscientizar a população sobre a importância da vacinação contra a poliomielite e incentivar hábitos saudáveis de higiene para evitar a transmissão do vírus. A erradicação dessa doença é uma conquista valiosa, e é necessário garantir que o Brasil continue sendo um país livre da poliomielite.

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