Em Alagoas, ocorreu nas últimas décadas uma diminuição significativa da faixa etária de 0 a 14 anos, que reduziu quase pela metade desde o Censo de 1980. Esse fenômeno está relacionado ao alargamento das faixas etárias de 15 a 64 anos e, principalmente, ao crescimento no número de pessoas com 65 anos ou mais.
É importante ressaltar que, durante esse período, a taxa de fecundidade no país diminuiu consideravelmente, passando de uma média de 4,35 filhos por mulher em 1980 para 1,76 de acordo com a última projeção para 2021. Em Alagoas, a taxa de fecundidade também apresentou uma queda significativa, passando de 6,7 filhos por mulher em 1980 para 3,12 em 2010. A estimativa para 2020 era de 1,74 filhos por mulher.
A comparação entre as pirâmides etárias dos Censos de 2000, 2010 e 2022 revela a tendência de envelhecimento da população em Alagoas. O perfil da pirâmide etária do estado deixa de ter uma base larga, indicando prevalência de jovens, e passa a apresentar uma expansão no meio e no topo. Essa mudança no perfil populacional tem implicações nos aspectos econômicos, sociais e no desenvolvimento de políticas públicas que atendam ao envelhecimento da população.
Outro dado importante destacado pelo Censo 2022 é a mediana, que representa a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população. No Brasil, a mediana passou de 29 anos em 2010 para 35 anos em 2022, evidenciando o envelhecimento expressivo da população brasileira na última década. Em Alagoas, a mediana passou de 25 anos em 2010 para 32 anos em 2022.
A proporção de mulheres ainda é maior que a de homens, tanto em Alagoas quanto em todo o país. No Censo 2022, apenas 11 dos 102 municípios alagoanos possuem mais homens do que mulheres, e a diferença é pequena. A razão de sexo é um indicador que representa o número de homens a cada centena de mulheres, e em Alagoas a média é de 91,9 homens para cada 100 mulheres.
No Nordeste, a tendência de redução da razão de sexo se repete, com um índice de 93,5 para a região. Alagoas é o segundo estado com menor mediana do Nordeste, ficando atrás apenas do Maranhão.
O índice de envelhecimento em Alagoas é de 39,3, destacando o Agreste como a região com maior índice de envelhecimento no estado. A cidade de Estrela de Alagoas apresenta a população mais envelhecida, com 66,38 pessoas acima de 65 anos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Por outro lado, municípios litorâneos como Roteiro e Maragogi possuem um menor índice de envelhecimento, com apenas 22,9 e 24,3 idosos a cada 100 crianças, respectivamente.
Em comparação com o Brasil, o índice de envelhecimento em Alagoas ainda é menor, mas apresentou um aumento significativo em relação a 2010. No país, o índice de envelhecimento saltou de 30,7 em 2010 para 55,2 em 2022.
Esses dados apresentados pelo IBGE são fundamentais para nortear políticas públicas e ações voltadas ao envelhecimento populacional no estado de Alagoas, pois indicam que é preciso haver planejamento para lidar com as demandas e desafios que surgem com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população.
