De acordo com o especialista ambiental Geovane Oliveira, que liderou a pesquisa, o peixe-leão é uma espécie sem predadores naturais nas águas brasileiras, o que o torna perigoso para o equilíbrio da biodiversidade marinha. Além disso, sua alta capacidade reprodutiva e seu apetite voraz afetam diretamente os estoques de espécies nativas e prejudicam economicamente os pescadores artesanais.
Para lidar com o problema, o estudo propôs a criação de uma política pública que atuasse em quatro frentes: captura e extração do peixe-leão, pesquisa e monitoramento, plano de comunicação e educação ambiental. A ideia é envolver os pescadores artesanais e as populações locais na captura da espécie, além de inserir o peixe-leão em uma cadeia produtiva, visando diminuir seus impactos e prevenir acidentes com seus espinhos venenosos.
O estudo foi entregue ao Ministério da Pesca e Aquicultura em uma cerimônia que contou com a presença do ministro André de Paula e representantes da CBPA. Segundo o presidente da confederação, Abraão Lincoln, a solução proposta é um modelo de atuação que já foi adotado em outras situações de invasão por espécies exóticas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O ministro André de Paula destacou a importância do estudo como subsídio para a elaboração de políticas públicas e ressaltou a necessidade de uma ampla campanha de divulgação e conscientização dos pescadores e banhistas. “Essa parceria é muito importante e é desejada”, afirmou.
Portanto, a pesquisa apresentada pela CBPA mostra-se como um importante instrumento para lidar com a invasão do peixe-leão na costa brasileira e oferece diretrizes claras para a atuação do governo e das entidades não-governamentais na proteção da biodiversidade marinha e na garantia do sustento dos pescadores artesanais.
