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Presidente do Inep rebate críticas ao Enem 2023 e defende critérios técnicos e objetivos na elaboração da prova

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, participou de uma audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8) para rebater críticas em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023. Palácios afirmou que a prova foi construída com base em critérios técnicos e objetivos, refutando as alegações de que ela teria um viés ideológico contrário ao agronegócio e ao capitalismo.

Durante a audiência, o presidente do Inep explicou que as questões do Enem são elaboradas por professores da educação básica e universitários selecionados por meio de chamada pública, ressaltando que o edital que selecionou os elaboradores para o Enem 2023 foi feito em 2020, durante o governo Bolsonaro. Ele enfatizou que a seleção dos autores citados na prova também é feita a partir de critérios técnicos e objetivos, negando qualquer inclinação ideológica.

A discussão na Comissão de Educação foi dominada por críticas sobre a suposta viés ideológico do Enem, incluindo a abordagem negativa do agronegócio no Cerrado, que foi amplamente questionada. Alguns deputados questionaram a seleção de autores e o conteúdo abordado na prova, sugerindo que estava promovendo ideologias de esquerda.

Entretanto, representantes do Partido dos Trabalhadores e do Psol defenderam as questões da prova, argumentando que a temática do racismo, feminismo, e exploração do campesinato não são ideológicas, mas sim constatações sociológicas da realidade brasileira.

Além disso, houve discussões em relação aos problemas logísticos enfrentados pelos estudantes que realizaram o Enem, com locais de prova distantes de suas residências. O presidente do Inep reconheceu que alguns estudantes foram prejudicados por essa situação, e anunciou a reaplicação da prova nos dias 12 e 13 de dezembro para aqueles que foram afetados.

Em resumo, a audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados foi marcada por debates acalorados sobre a suposta viés ideológico do Enem, assim como a preocupação com problemas logísticos enfrentados pelos estudantes. A discussão evidenciou as divergências de opiniões em relação ao exame, com alguns deputados defendendo uma revisão no processo de elaboração da prova, enquanto outros argumentando a importância de abordagens sociológicas e realidades brasileiras na avaliação educacional.

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