O livro traz à tona um lado mais íntimo de duas figuras célebres: o poeta e dramaturgo Oswald de Andrade e a também poeta, jornalista, desenhista, escritora e militante Patrícia Rehder Galvão, mais conhecida como Pagu. O relato inclui detalhes sobre o casamento inusitado do casal, que ocorreu em um cemitério, no dia 5 de janeiro de 1930, na capital paulista.
Pagu foi uma figura de grande destaque no cenário literário brasileiro. Nascida em 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista, ela contribuía com o Brás Jornal quando tinha apenas 15 anos, sob o pseudônimo Patsy. Mais tarde, tornou-se uma das colaboradoras da Revista da Antropofagia e passou a integrar o Partido Comunista Brasileiro. Pagu se envolveu em questões sociais e políticas, enfrentando constantes críticas e pressões do partido.
Além disso, Pagu demonstrou um forte engajamento feminista, desafiando as restrições impostas pelo partido e buscando ativamente sua realização intelectual. Ela publicou a seção “A Mulher do Povo” e, posteriormente, chegou a criar uma história em quadrinhos no jornal O Homem do Povo. A autora Lúcia Teixeira destaca que, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, Pagu nunca deixou de buscar o conhecimento e de se destacar em áreas consideradas fora do normal para as mulheres.
Pagu, reconhecida por sua atuação no movimento feminista, tornou-se uma referência como mulher revolucionária, enfrentando os desafios impostos pela sociedade e pelo próprio partido político ao qual era associada. Seu legado é marcado pela luta pelos direitos das mulheres e pela produção intelectual que desafiou as convenções de sua época.
O lançamento do livro Os Cadernos de Pagu representa uma oportunidade única para conhecer mais sobre a vida e obra dessa importante figura do cenário cultural brasileiro. A obra lançará luz sobre as diversas facetas de Pagu, revelando detalhes até então desconhecidos sobre a sua vida pessoal, suas lutas políticas e seu papel fundamental no movimento feminista.
O evento de lançamento está marcado para o dia 11 de novembro, na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, e promete apresentar um retrato aprofundado de Pagu, sob a perspectiva intimista de Lucia Teixeira. Este é um livro destinado não apenas a pesquisadores, mas a todos que desejam compreender o legado de Pagu e sua significativa contribuição para a luta pelos direitos das mulheres. Através do livro, os leitores terão a oportunidade de mergulhar no mundo de Pagu e compreender mais profundamente a sua vida e a importância de seu legado para a sociedade contemporânea.