Além disso, os casos de feminicídio e homicídios femininos também cresceram 2,6% em comparação ao primeiro semestre de 2022, totalizando 722 vítimas de feminicídio e mais 1.902 mulheres assassinadas. Esses números revelam uma falha do estado brasileiro em proteger suas cidadãs, de acordo com o FBSP.
Embora o país tenha conseguido reduzir os crimes letais em 3,4%, os casos de assassinatos de mulheres apresentaram crescimento, indo na contramão da tendência nacional. A Lei Maria da Penha é citada como um mecanismo importante na prevenção do assassinato de mulheres, mas é ressaltada a necessidade de fortalecer a rede de atendimento e capacitar as polícias para fazer um atendimento adequado das mulheres em situação de violência.
A subnotificação de casos de violência sexual é apontada como um desafio, já que a maioria desses crimes não chega a ser registrada devido a diversos motivos, como medo, falta de compreensão do que ocorreu ou confiança no agressor. Estudos indicam que apenas uma pequena parcela dos estupros é de fato registrada pelas autoridades, o que indica que o número de casos pode ser muito maior.
A supervisora do núcleo de dados do FBSP ressalta que a maioria dos autores de estupros são conhecidos das vítimas e que a maior parte delas são vulneráveis, com 74,5% dos casos de estupro registrados sendo de vulneráveis. Isso demonstra a vulnerabilidade das vítimas e a necessidade de medidas efetivas para protegê-las.
Diante desse cenário alarmante, é evidente a necessidade de implementar políticas eficazes de prevenção e proteção, bem como fortalecer a capacitação das autoridades responsáveis por lidar com esses casos. A segurança e proteção das mulheres e meninas no Brasil é uma questão urgente que demanda medidas concretas e eficazes por parte do estado e da sociedade como um todo.