Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Josimar foi assassinado com disparos na nuca e nas costas enquanto se deslocava para o acampamento, onde trabalhava na irrigação do plantio de arroz orgânico. A motivação para o crime ainda não foi esclarecida, mas o movimento acredita que está relacionada à luta pela terra.
O protesto ocorreu durante uma audiência com o Ministério Público de Pernambuco, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Usina JB, para tratar de áreas improdutivas em Vitória de Santo Antão e Amaraji. Durante a reunião, ficou acordada a desapropriação das áreas localizadas em Amaraji, a fim de assentar as famílias que estão no Acampamento Bondade.
O acampamento Francisco de Assis, que abriga cerca de 194 famílias e luta pela desapropriação do Engenho São Francisco, é um dos mais antigos de Pernambuco. A área já passou por vistoria do Incra e foi considerada improdutiva. Atualmente, encontra-se na comissão de conflitos agrários.
Além do caso em Pernambuco, no último fim de semana, dois trabalhadores sem-terra foram assassinados no município de Princesa Isabel, na Paraíba. O crime ocorreu no acampamento Quilombo do Livramento Sitio Rancho Dantas, organizado pelo MST.
O assassinato de Ana Paula Costa Silva, de 29 anos, e Aldecy Vitunno Barros, de 44 anos, gerou revolta e exigência por justiça por parte do MST. Durante uma reunião nesta segunda-feira, foi definido que o Incra realizará o levantamento fundiário da área, pertencente à União, com o objetivo de regularizar a situação das famílias do acampamento.
O clima é de tensão nos acampamentos afetados pelos assassinatos, e o MST está solicitando o deslocamento de policiais militares para atuar na segurança dos locais. O movimento também pediu auxílio para as famílias das vítimas, que incluem oito crianças.
Até o momento, as investigações sobre os assassinatos nos acampamentos em Pernambuco e Paraíba estão em andamento, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar informou estar mediando diálogo com os movimentos sociais e proprietários de terras, com o objetivo de evitar novos casos de violência no campo.
Enquanto isso, a Agência Brasil aguarda retorno da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, da Polícia Civil do estado e da Polícia Civil da Paraíba para obter mais informações sobre o desdobramento das investigações.