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Inmet alerta para temporais com ventos e granizo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste neste fim de semana.

Alerta de Tempestades e Aquecimento Global Preocupam Especialistas

Após a recente onda de calor que impactou mais de 2,7 mil municípios nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para temporais com rajadas de vento e queda de granizo nessas regiões, no fim de semana, começando nesta sexta-feira (17). Segundo as previsões, o calor intenso combinado com o aumento da umidade e ventos em altos níveis poderá potencializar as chuvas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso e no Distrito Federal.

Esses locais podem ter um volume de chuvas em um dia que ultrapasse 100 milímetros, reforçando a previsão das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Segundo o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, a intensificação dos extremos climáticos e hidrometeorológicos é consequência da ação humana sobre o planeta.

Nobre ressalta que fenômenos naturais, como ondas de calor, estão ocorrendo com uma frequência muito maior do que no passado, indicando um claro impacto do aquecimento global. Ele aponta que desde os primeiros registros de civilizações, há cinco mil anos, o planeta nunca esteve tão quente. A temperatura média aumentou 1,15 graus Celsius (ºC) no ano passado, sendo que em 2016 chegou a subir 1,26ºC. Estudos apontam uma elevação de 1,4ºC para este ano.

O especialista destaca que o aquecimento global gera fenômenos climáticos que nunca existiram, como recordes de ondas de calor no verão da Antártica. Além disso, ele salienta as ameaças para a saúde humana e a biodiversidade, causadas por temperaturas acima de 21ºC por muitos dias.

Para mitigar esses problemas, Nobre menciona a necessidade de atender aos objetivos do Acordo de Paris, com a redução das emissões dos gases do efeito estufa. No entanto, ele alerta que as medidas atuais são insuficientes para diminuir o ritmo do aquecimento global, pois a maior parte dos gases já emitidos permanecerá na atmosfera por pelo menos mais 150 anos.

A queima de combustíveis fósseis é apontada como a principal causa das emissões de gases do efeito estufa no mundo, representando 70% do problema global. No Brasil, 75% das emissões até 2022 foram causadas pelo desmatamento, 50% foram efeitos da agricultura e 25% da pecuária.

Nobre enfatiza que, se os objetivos ambientais forem cumpridos, o planeta ficará 1,5ºC mais quente, o que já causará muitos impactos. Caso isso não aconteça, a temperatura continuará aumentando e os impactos serão ainda maiores. Ele considera o aquecimento global como o maior desafio da humanidade, ressaltando a necessidade de adaptação em todos os setores para criar condições climáticas adequadas para as populações.

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