A audiência foi presidida pela Procuradora da Mulher no Senado, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), que destacou a importância das informações levantadas. Segundo a senadora, os dados são fundamentais para a implementação de políticas públicas que garantam o combate à violência de gênero e permitam que o país avance de modo mais veloz nesse enfrentamento. “Informação é poder. Ninguém empodera o povo sem a informação correta”, ressaltou Zenaide Maia, chamando atenção para a necessidade de divulgação dos dados pela mídia.
A pesquisa, que acompanha a percepção e a vivência das mulheres brasileiras sobre a violência doméstica e familiar bienalmente desde 2005, entrevistou mais de 21,7 mil mulheres em todo o Brasil neste ano, um número recorde que permitirá ampliar as análises por unidades da Federação. O estudo apontou que aquelas com menor renda são as maiores vítimas de agressão física, e que o tipo de violência mais recorrente é a psicológica, cometida contra 89% das mulheres.
Além disso, a pesquisa revela que, mesmo entre as mulheres que declaram não ter sofrido algum tipo de violência doméstica nos últimos 12 meses, 29% disseram “sim” a pelo menos uma das questões listadas quando alguns tipos de violência foram discriminados. Outro dado impactante é que 94% das mulheres terminam namoros agressivos, e que 48% das mulheres declaram que houve descumprimento de medidas protetivas de urgência pelo Judiciário.
Outro acontecimento marcante ligado à pesquisa é o lançamento do Mapa Nacional de Violência de Gênero, elaborado pelo OMV em conjunto com o Instituto Avon e a Organização Social Gênero e Número. O Mapa será apresentado nesta quarta-feira (22), na sala de audiências da presidência do Senado, com um seminário de apresentação no Auditório Antonio Carlos Magalhães no Interlegis, das 14h às 18h, com cobertura da TV Senado.
A apresentação da pesquisa contou com a presença das senadoras Damares Alves (Republicanos-DF) e Teresa Leitão (PT-PE), além de outras autoridades como a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, e a especialista em proteção social do Banco Mundial, Rovane Schwengber. Ao final, a chefe do serviço de pesquisa e análise do DataSenado, Isabela Campos, e a gestora do OMV, Maria Teresa Prado, destacaram a importância dos dados para o desenvolvimento de políticas públicas que visem combater a violência contra a mulher.
