Cais do Valongo, símbolo da diáspora africana, é reaberto após revitalização em zona portuária do Rio de Janeiro.

O sítio arqueológico do Cais do Valongo, localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro, será reaberto ao público nesta quinta-feira (23). O motivo da reabertura se dá devido ao processo de revitalização que o monumento passou. De acordo com informações, a revitalização contou com um investimento total de R$ 2 milhões, e incluiu a instalação de sinalização educativa, painéis expositivos e a substituição do guarda-corpo.

Reconhecido como patrimônio cultural mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), desde 2017, o Cais do Valongo tem uma enorme importância histórica. Durante os séculos 18 e 19, foi o principal porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os vestígios do cais foram descobertos em 2011, durante escavações para obras do Porto Maravilha, projeto de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro. De acordo com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o local carrega uma memória que precisa ser preservada, como um porto da nossa história e um farol de mudanças que precisam manter as pessoas negras donas de suas trajetórias do presente e do futuro e cada vez mais distantes do passado perverso da escravidão.

O Cais do Valongo está localizado em uma região conhecida como Pequena África, area que tem uma história ligada à diáspora africana, com lugares como o Cemitério dos Pretos Novos, local de sepultamento de africanos recém-desembarcados no Valongo que morriam antes de serem vendidos, e a Pedra do Sal, considerada um dos berços do samba urbano carioca.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ações para preservação e valorização da memória e herança africanas na Pequena África. Entre as medidas está um acordo de cooperação técnica com vários órgãos do governo e a criação de um distrito cultural.

O Cais do Valongo passou a ser protegido pelo Iphan em 2012, mesmo ano em que foi aberto à visitação. Tornou-se Patrimônio Cultural da Cidade do Rio em 2013 e foi nomeado Patrimônio Mundial em julho de 2017. No entanto, em 2019, o comitê gestor foi extinto, mas foi recriado no início deste ano.

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