Comunidade quilombola Jaó, em Itapeva (SP), tem território tradicional reconhecido e titulado pelo Incra após 17 anos

Após 17 anos de certificação da Fundação Cultural Palmares, o território tradicional da comunidade quilombola Jaó, em Itapeva, no estado de São Paulo, finalmente recebeu o reconhecimento e titulação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A delimitação de pouco mais de 165 hectares, onde vivem 266 pessoas, foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (27).

A história da comunidade Jaó remonta ao final do século 19, quando um casal que resistiu ao regime escravocrata recebeu as terras abandonadas do Sítio da Ponte Alta, para que pudessem viver próximo da fazenda onde passaram a trabalhar. Ao longo das gerações, as tradições de raízes africanas se perpetuaram no convívio coletivo das 65 famílias que compõem a comunidade, que se fortaleceram com a criação da Associação dos Produtores Rurais Quilombos do Jaó.

A conquista do reconhecimento da comunidade quilombola pela Fundação Cultural Palmares em 2006 marcou o início do processo para a titulação das terras. O Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) foi finalizado pelo Incra em novembro de 2016, mas ainda foram necessários mais sete anos para que a comunidade pudesse acessar o direito ao lugar onde vive, planta e perpetua sua cultura.

A luta pela titulação do território quilombola é uma vitória para as famílias que há gerações cultivam a terra para sua subsistência e mantêm vivas as tradições de seus antepassados. A formalização da titulação é um passo significativo para garantir a segurança e a perpetuação dessas comunidades, que enfrentam desafios constantes para preservar seus modos de vida e sua identidade cultural.

O reconhecimento do território da comunidade quilombola Jaó representa, portanto, uma conquista histórica e significativa para essas famílias, que agora podem avançar com mais segurança e estabilidade em seu convívio coletivo. A titulação das terras é um marco importante na luta pela valorização e preservação das comunidades quilombolas, garantindo o direito ao seu espaço e à perpetuação de suas tradições e modos de vida.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo