Presidente em exercício do Senado e presidente da República em exercício discutem risco de colapso em mina da Braskem em Maceió

O risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem em Maceió, Alagoas, mobilizou um encontro entre o presidente em exercício do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), e o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, nesta sexta-feira (1º) no Palácio do Planalto. A reunião teve como objetivo discutir o apoio financeiro da União ao governo municipal para realocação dos cerca de 60 mil moradores que foram obrigados a desocupar suas casas em menos de 48 horas.

Segundo o senador Rodrigo Cunha, Alckmin já encaminhou técnicos para a capital de Alagoas. “Estamos buscando a atenção total desse país para um assunto que mexe com a parte ambiental, social, que mexe com o psicológico. É momento de união entre União, estado e município, e não retrabalhos”, declarou o senador em coletiva após a reunião.

Cunha ressaltou que houve uma “exploração inadequada” na região, atestada em laudo técnico, que provocou graves danos em Maceió ao longo dos anos e obriga os moradores a saírem de suas residências mais uma vez. A primeira medida solicitada pelo senador é a realocação dos cidadãos que permanecem no local, já que a Defensoria Pública de Alagoas aumentou a zona de risco. Não foram discutidos valores de recursos a serem disponibilizados, mas ele pediu a Geraldo Alckmin a responsabilização dos que eram obrigados a fiscalizar a atuação da Braskem nos últimos 40 anos e se omitiram diante do crime ambiental.

A área afetada fica na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió, onde recomenda-se que a população evite transitar enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo. Desde 2019, as minas da empresa estavam fechadas após o Serviço Geológico Brasileiro confirmar que a atividade havia provocado um afundamento do solo da cidade. Segundo o governo de Alagoas, cinco abalos sísmicos foram registrados na área somente em novembro. A Defesa Civil Municipal informou que o colapso pode acontecer a qualquer momento e que não foi possível medir as consequências, porque estão diante de algo que nunca foi enfrentado.

A empresa Braskem afirmou que “segue acompanhando e compartilhando os dados de monitoramento em tempo real com as autoridades competentes”. A situação é grave e exige a atenção conjunta das autoridades para garantir a segurança e a realocação dos moradores afetados pela tragédia em potencial.

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