Intelectual e ativista quilombola, Antônio Bispo dos Santos, Nêgo Bispo, falece aos 62 anos e deixa grande legado para o movimento negro.

Neste domingo, faleceu o intelectual e ativista político Antônio Bispo dos Santos, também conhecido como Nêgo Bispo, na cidade de São João do Piauí, a cerca de 450 quilômetros de Teresina. De acordo com informações compartilhadas pela família do militante através das redes sociais, Bispo veio a óbito devido a uma parada cardiorrespiratória. Seu velório está sendo realizado hoje, 4 de dezembro, em sua casa na comunidade quilombola Saco Curtume, em São João do Piauí, e sua família irá atender ao desejo de Bispo de ser enterrado no local.

Nascido em 1959, na cidade de Francinópolis, no Vale do Rio Berlengas no Piauí, Bispo completaria 64 anos no próximo dia 10. Ele foi o primeiro membro de sua família a ser alfabetizado e apesar de formalmente ter apenas o ensino fundamental, Bispo era considerado por muitos como um dos maiores intelectuais quilombolas do Brasil. Ele publicou dois livros, “Quilombos, modos e significados” em 2007 e “Colonização, Quilombos: modos e significados” em 2015, além de vários artigos e poemas.

No ano de 2012 e 2013, Bispo foi convidado para ser professor do Encontro de Saberes, um projeto desenvolvido pela Universidade de Brasília (UnB) com o objetivo de unir conhecimento acadêmico e popular.

Além disso, Bispo foi ativo na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Esta última lamentou a morte de Bispo, ressaltando que ele foi “uma voz singular e significativa no âmbito da literatura e do pensamento quilombola”.

Diversas autoridades de diferentes níveis governamentais prestaram condolências à família de Bispo e lamentaram sua morte, ressaltando seu legado e contribuição para a cultura e identidade das comunidades quilombolas do Brasil.

Com a morte de Nêgo Bispo, o Brasil e a comunidade quilombola perdem um de seus mais expressivos intelectuais e defensores de sua causa. Bispo deixa um legado inestimável que será lembrado e reverenciado por gerações, e sua morte representa uma grande perda para o pensamento e ativismo quilombola no Brasil.

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