Nascido em 1959, na cidade de Francinópolis, no Vale do Rio Berlengas no Piauí, Bispo completaria 64 anos no próximo dia 10. Ele foi o primeiro membro de sua família a ser alfabetizado e apesar de formalmente ter apenas o ensino fundamental, Bispo era considerado por muitos como um dos maiores intelectuais quilombolas do Brasil. Ele publicou dois livros, “Quilombos, modos e significados” em 2007 e “Colonização, Quilombos: modos e significados” em 2015, além de vários artigos e poemas.
No ano de 2012 e 2013, Bispo foi convidado para ser professor do Encontro de Saberes, um projeto desenvolvido pela Universidade de Brasília (UnB) com o objetivo de unir conhecimento acadêmico e popular.
Além disso, Bispo foi ativo na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Esta última lamentou a morte de Bispo, ressaltando que ele foi “uma voz singular e significativa no âmbito da literatura e do pensamento quilombola”.
Diversas autoridades de diferentes níveis governamentais prestaram condolências à família de Bispo e lamentaram sua morte, ressaltando seu legado e contribuição para a cultura e identidade das comunidades quilombolas do Brasil.
Com a morte de Nêgo Bispo, o Brasil e a comunidade quilombola perdem um de seus mais expressivos intelectuais e defensores de sua causa. Bispo deixa um legado inestimável que será lembrado e reverenciado por gerações, e sua morte representa uma grande perda para o pensamento e ativismo quilombola no Brasil.