Ativistas de movimentos populares ocupam palco do Museu do Amanhã para leitura da carta final da Cúpula Social do Mercosul

Nesta terça-feira (5), ativistas de movimentos populares assumiram o protagonismo e ocuparam o palco do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, para a leitura da carta final da Cúpula Social do Mercosul. O documento, que traz demandas sociais e propostas de políticas públicas, será entregue aos presidentes dos países que fazem parte do bloco econômico. A defesa e fortalecimento da democracia, a integração regional, o respeito às minorias, o combate a discriminações, o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente, a agricultura familiar e o combate à fome ganham destaque na carta.

Os ativistas criticaram o acordo de livre comércio que está sendo discutido entre o Mercosul e a União Europeia, alegando que os termos negociados colocam em risco a sabedoria dos povos e territórios. A carta elaborada pelos representantes da sociedade civil será entregue aos presidentes dos países integrantes do Mercosul no mesmo espaço, na quinta-feira (7).

A representante da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Mariana Duarte, foi uma das mulheres que leram o texto no palco. Ela defende que não existe transformação em uma sociedade sem a participação de movimentos sociais. “Eu espero que o chefe de Estado receba o documento, leia e construa os próximos caminhos do Mercosul em cima do que o movimento social está propondo”, disse a ativista.

Entre os participantes desta edição, um sentimento presente foi o de celebrar a retomada da participação social e insistir na sua institucionalização, para que seja uma prática duradoura.

Após o encerramento da Cúpula Social, o Museu do Amanhã passou por uma varredura de segurança para receber autoridades nos próximos dias. Na quarta-feira (6) acontecerão reuniões de ministros das Relações Exteriores e da Fazenda. Na quinta-feira (7) é a vez do encontro entre os presidentes. Os assuntos que devem ocupar a agenda dos líderes incluem as negociações do acordo de comércio com a União Europeia e a concretização de um tratado com Singapura. Além disso, será o último encontro do Mercosul antes da mudança de governo na Argentina.

É importante ressaltar que o Mercosul é um processo de integração regional formado inicialmente pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Nos últimos anos, outros países como a Venezuela e a Bolívia se juntaram ao bloco. Desde 2017, a Venezuela está suspensa pelo não cumprimento de cláusulas democráticas do bloco. A Bolívia ainda não concluiu o processo de ingresso. O bloco abrange uma área de 14.869.775 quilômetros quadrados e uma população de 295 milhões de habitantes.

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