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Menina de 13 anos morre após ser atingida por projétil em tiroteio na comunidade indígena de Cacique Doble, no RS.

Tragédias envolvendo vítimas inocentes acontecem todos os dias, mas uma menina de 13 anos morreu na tarde desta segunda-feira (4) após ser atingida por um projétil durante um tiroteio na comunidade indígena de Cacique Doble, localizada no município no Noroeste do Rio Grande do Sul, a cerca de 320 quilômetros de Porto Alegre, próximo à divisa com Santa Catarina. Além dela, outras duas pessoas ficaram feridas, também vítimas de disparos de armas de fogo. Uma adolescente de 15 anos levou dois tiros – um no punho e um na perna – e teve de ser levada para o Hospital São José, em São José do Ouro, onde segue internada, com quadro estável. Já um rapaz de 23 anos foi atingido em uma das pernas, mas já recebeu alta médica.

De acordo com fontes oficiais consultadas pela Agência Brasil, a ocorrência se insere em um conflito entre moradores da Terra Indígena de Cacique Doble que já se arrasta há mais de um ano. Em agosto de 2022, quatro indígenas moradores da reserva foram baleados. Em setembro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o deslocamento de efetivos da Força Nacional para a região, com o objetivo de apoiar ações da Polícia Federal (PF) em áreas de usufruto indígena. No fim de outubro, a Polícia Federal realizou a Operação Menés para reestabelecer a ordem pública e apurar a autoria e circunstância de sucessivos crimes graves cometidos em virtude da disputa pela liderança da Terra Indígena Cacique Doble.

Entrevistados pela Agência Brasil, relatos indicam que a violência no interior da aldeia está fora de controle, já que a Brigada Militar dispõe de apenas cinco homens para atender a todas as ocorrências. Uma pessoa que pediu anonimato reforçou que a situação tem espalhado medo entre os moradores da cidade, tanto é assim que pais de alunos da Escola Estadual Sylvio Dal Moro optaram por cancelar o jantar de formatura previsto para ocorrer após a cerimônia de colação de grau que ocorrerá nos próximos dias. A festa de Natal já tinha dado problema devido ao conflito entre dois grupos indígenas que disputam a liderança entre si, explicou o promotor de Justiça Guilherme Augusto de Oliveira Montenegro, do Ministério Público estadual (MP-RS), ressaltando que, por se tratar de uma questão envolvendo povos indígenas, o assunto está a cargo do Ministério Público Federal.

A violência vivida por essas comunidades indígenas exige mais atenção e ações enérgicas para conter o ciclo de conflitos que tem causado a perda de vidas preciosas. A comunidade de Cacique Doble precisa urgentemente de soluções que garantam a segurança e a integridade de seus habitantes. Enquanto isso, as autoridades responsáveis devem tomar medidas para proteger as vítimas e restabelecer a paz na região.

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