Territórios quilombolas têm menor desmatamento do país, aponta levantamento do MapBiomas com perda de vegetação de apenas 4,7%.

Os territórios quilombolas brasileiros estão entre as áreas com menor desmatamento do país, de acordo com um levantamento divulgado na quarta-feira (13) pelo MapBiomas. Segundo o estudo, no período de 1985 a 2022, a perda de vegetação nativa nesses territórios foi de 4,7%, enquanto áreas privadas registraram uma porcentagem de 25%.

O MapBiomas destacou que ao longo dos 38 anos analisados, foram destruídos 240 mil hectares de vegetação nativa nos territórios quilombolas. No entanto, os territórios quilombolas titulados ou com processo de titulação em andamento totalizam 3,8 milhões de hectares, correspondendo a apenas 0,5% do território nacional.

O estudo também apontou diferenças significativas entre territórios já titulados e aqueles com titulação pendente. No período analisado, os territórios já titulados perderam 3,2% de vegetação nativa, enquanto os territórios com titulação pendente registraram uma perda de 5,5%. Em média, as comunidades ocupam 14% das áreas com atividades humanas.

A maior parte da vegetação nativa dos territórios quilombolas está concentrada na Amazônia, representando 73% do total, seguida pelo Cerrado (12%) e pela Caatinga (10%). Entre 1985 e 2022, os territórios quilombolas da Caatinga foram os que mais viram a vegetação nativa desaparecer, com a perda de 72,6 mil hectares. Em seguida, vêm os da Amazônia, com 58,4 mil hectares, e os do Cerrado, com 36,7 mil hectares. No entanto, na Mata Atlântica, houve um ganho de 7,8 mil hectares.

A Amazônia é a região que concentra a maioria dos territórios quilombolas, com 181 no total, seguida pela Mata Atlântica (136), Caatinga (94), Cerrado (63) e Pampa (20). Em termos de área, a Amazônia também lidera, com 2,5 milhões de hectares, seguida pela Caatinga (550 mil hectares) e pelo Cerrado (500 mil hectares). A Mata Atlântica e o Pampa somam 278 mil e 6,5 mil hectares, respectivamente. Esses dados ressaltam a importância dos territórios quilombolas na preservação da vegetação nativa e na promoção da diversidade ambiental.

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