Covid-19 expõe desigualdades e fragilidades do SUS, aponta estudo da Fiocruz publicado em revista internacional.

A Covid-19, pandemia que já vitimou milhões de pessoas em todo o mundo, escancarou, ainda mais, as desigualdades que já existiam no Brasil. As diferenças socioeconômicas e de acesso à saúde foram, mais uma vez, denunciadas pelo avanço do novo coronavírus. O sistema de saúde brasileiro, um dos mais importantes do país, mostrou-se fragilizado perante a crise sanitária, reforçando a necessidade de investimentos na área da saúde.

Um estudo realizado pelas pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) apontou que a mortalidade por Covid-19 em hospitais brasileiros, de 2020 a 2022, esteve associada não apenas à idade e à gravidade do caso, mas também às desigualdades sociais, regionais e ao acesso ao cuidado de qualidade. Os dados revelam que mais de 70% das internações por Covid-19 no Brasil foram realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, as taxas de mortalidade ajustadas foram mais elevadas nos hospitais públicos financiados pelo SUS em comparação com os hospitais privados e filantrópicos.

A pesquisa apontou também que as regiões mais pobres e com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foram as mais impactadas pela pandemia. Isso demonstra como as desigualdades sociais e econômicas contribuem para o agravamento da situação. Além disso, o estudo destacou que a vacinação em massa teve impacto significativo na redução das taxas de mortalidade, enfatizando a importância do avanço da imunização na luta contra a pandemia.

As pesquisadoras ressaltam que, apesar dos desafios enfrentados, o SUS é essencial para a prestação de cuidados de saúde à população mais vulnerável. Por isso, é urgente a necessidade de investimentos no sistema de saúde pública brasileiro. Além disso, a pesquisa apontou a importância de melhor preparar o sistema de saúde para futuras pandemias ou emergências de saúde em larga escala, o que inclui aumento de infraestrutura, mais profissionais de saúde e melhores condições de trabalho.

Diante dos resultados encontrados, as autoras do estudo alertam para a importância de se investir e melhorar o SUS, com foco na diminuição das desigualdades no acesso e na qualidade do cuidado. O estudo ressalta a necessidade de aprimorar a qualidade e a equidade dos cuidados de saúde para toda a população. Sendo assim, o estudo fornece elementos fundamentais para debates sobre a importância do SUS e a atuação de cada tipo de prestador de cuidado hospitalar no sistema de saúde brasileiro.

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