Lula empossa Paulo Gonet como procurador-geral da República e pede independência do Ministério Público e respeito à verdade.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao novo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, em uma cerimônia realizada da sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília. Em seu discurso, Lula destacou a importância do Ministério Público para a sociedade brasileira e pediu que o novo procurador não se submeta a pressões políticas ou da imprensa, trabalhando para que a verdade prevaleça acima de qualquer outro interesse.

Durante o processo de escolha do novo chefe da PGR, Lula afirmou que adotaria mais critério na decisão, indicando alguém que “não faça denúncia falsa”. O presidente também expressou o seu respeito pelo Ministério Público, mas destacou que a atuação do órgão na Operação Lava Jato o fez perder a confiança.

Lula reconheceu a relevância do Ministério Público na garantia da liberdade, democracia e verdade, mas alertou que acusações levianas não fortalecem a democracia nem as instituições. O ex-presidente ainda ressaltou que não se pode pressupor que “todo político é corrupto”, pedindo que o MP jogue o jogo da verdade.

No evento, Lula assegurou que nunca exerceria pressão pessoal sobre o Ministério Público para evitar investigações. No entanto, pediu que o novo procurador não permitisse que o órgão se diminuísse diante das expectativas da sociedade brasileira.

Gonet, por sua vez, ocupou a vaga de Augusto Aras, cujo mandato na PGR terminou no fim de setembro. O novo procurador, nascido no Rio de Janeiro, é formado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), com mestrado em Direitos Humanos Internacionais pela Universidade de Essex, no Reino Unido, e doutorado em Direito pela UnB. Ele faz parte do Ministério Público Federal desde 1987 e exerceu diversos cargos de destaque na instituição. Além disso, Gonet é professor universitário e autor de publicações e artigos sobre Direito.

A nomeação de Paulo Gonet foi anunciada por Lula no final de novembro e passou por aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e pelo plenário da Casa. Segundo a Constituição, o mandato do procurador-geral da República é de dois anos, podendo ser prorrogado.

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