As próximas duas reuniões do Copom estão programadas para janeiro e março de 2024, e a seguinte será em maio. Atualmente, a taxa Selic encontra-se em 11,75% ao ano, após quatro reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual. No corte mais recente, neste mês, o comitê comunicou que deve manter o ritmo de redução “pelas próximas reuniões”, deixando em aberto quanto duraria o ciclo de baixa.
Durante a coletiva, Campos Neto afirmou que o Copom definiu que em suas comunicações deverá manter um guidance curto, abarcando apenas as próximas duas reuniões. Ele ressaltou que essa é a forma de conduzir a política monetária com o mínimo de custo e o mínimo ruído possível.
No entanto, o presidente do BC alertou que “não garante nada” e que a indicação de corte nas próximas duas reuniões pode ser reavaliada a cada encontro. Sobre a possível flexibilização da meta fiscal do governo afetar o ritmo de queda de juros, Campos Neto afirmou que essa relação existe, mas “não é mecânica”.
Ele destacou que outros fatores, como a aprovação de reformas como a tributária, podem compensar eventual aumento de gastos estatais. Campos Neto também parabenizou o governo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela aprovação da reforma tributária, ressaltando que a agenda reformista “compensou” a pressão do governo por mais gastos.
Além disso, o BC divulgou o Relatório Trimestral de Inflação, no qual elevou ligeiramente, de 2,9% para 3%, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Segundo o relatório, a probabilidade de que a inflação de 2023 estoure a meta (4,75%) neste ano caiu de 67% para 17%.
Em linhas gerais, a posição do presidente do Banco Central indica cautela em relação aos cortes na taxa de juros, destacando a importância de fatores como a política fiscal e as reformas para equilibrar as decisões sobre a política monetária. A declaração de Campos Neto reflete a atenção da instituição para a conjuntura econômica nacional e a busca por um equilíbrio entre diferentes variáveis.