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Copom prevê redução de juros em 0,5 ponto percentual apenas para próximas duas reuniões, afirma presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21) que a projeção do Comitê de Política Monetária (Copom) de seguir reduzindo os juros em 0,5 ponto percentual se restringe apenas às próximas duas reuniões do colegiado. Ele deixou claro que essa projeção não é válida para indicar cortes posteriores.

As próximas duas reuniões do Copom estão programadas para janeiro e março de 2024, e a seguinte será em maio. Atualmente, a taxa Selic encontra-se em 11,75% ao ano, após quatro reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual. No corte mais recente, neste mês, o comitê comunicou que deve manter o ritmo de redução “pelas próximas reuniões”, deixando em aberto quanto duraria o ciclo de baixa.

Durante a coletiva, Campos Neto afirmou que o Copom definiu que em suas comunicações deverá manter um guidance curto, abarcando apenas as próximas duas reuniões. Ele ressaltou que essa é a forma de conduzir a política monetária com o mínimo de custo e o mínimo ruído possível.

No entanto, o presidente do BC alertou que “não garante nada” e que a indicação de corte nas próximas duas reuniões pode ser reavaliada a cada encontro. Sobre a possível flexibilização da meta fiscal do governo afetar o ritmo de queda de juros, Campos Neto afirmou que essa relação existe, mas “não é mecânica”.

Ele destacou que outros fatores, como a aprovação de reformas como a tributária, podem compensar eventual aumento de gastos estatais. Campos Neto também parabenizou o governo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela aprovação da reforma tributária, ressaltando que a agenda reformista “compensou” a pressão do governo por mais gastos.

Além disso, o BC divulgou o Relatório Trimestral de Inflação, no qual elevou ligeiramente, de 2,9% para 3%, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Segundo o relatório, a probabilidade de que a inflação de 2023 estoure a meta (4,75%) neste ano caiu de 67% para 17%.

Em linhas gerais, a posição do presidente do Banco Central indica cautela em relação aos cortes na taxa de juros, destacando a importância de fatores como a política fiscal e as reformas para equilibrar as decisões sobre a política monetária. A declaração de Campos Neto reflete a atenção da instituição para a conjuntura econômica nacional e a busca por um equilíbrio entre diferentes variáveis.

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